Aos olhos do censo comum o identitarismo é objetivamente a existência de uma corrente que põe as identidades individuais como centro de todas as aspirações que o ser humano possa ter, principalmente nos campos político e da ascensão social. Por exemplo: o Prudêncio quer ter prioridade na escolha de candidatos a vereador em seu partido porque ele é negro; o Pelópidas acha que ele sim deve ser escolhido diretor da escola em que leciona, por ser um intelectual afrodescendente; a Margarida se vê no direito de ascender a um cargo de relevância no setor público só porque é mulher.
No evento que marcou a refiliação de Marta Suplicy ao PT, o presidente Lula fez um discurso muito duro contra o identitarismo. Porque sendo a identidade individual requisito para que alguém ascenda à carreira política, por exemplo, não significa que essa pessoa tenha a competência necessária para o cargo que almeja. Lula está corretíssimo. A qualificação do debate com a consequente melhoria da representatividade política em todas as instâncias de poder passa longe do identitarismo, assim como as agendas sociais não podem ter qualquer tipo de atrelamento a pautas indenitárias.
O caminho para o país se livrar do racismo, do machismo, da misoginia, da homofobia e que tais , também não está, certamente, no identitarismo .