A Ordem dos Advogados do Brasil tem um histórico de comprometimento com a democracia e com o estado de direito. Mas andava meio amorfa, se manifestando corporativamente e ignorando o seu passado de luta, por exemplo, pelas diretas já e pela cassação de Collor. Em vários momentos foi voz forte contra a supressão da liberdade no período de escuridão comandado pelas três armas e que durou 21 anos nas décadas de 60, 70 e parte de 80. Agora, a OAB volta à cena, com um posicionamento que deveria ter tomado lá atrás, quando o país elegeu Bolsonaro para presidente, a cultura do ódio foi oxigenada e chegou onde chegou.
A nota do presidente nacional da Ordem, Beto Simonetti, surge como um bálsamo para a democracia brasileira, que precisa de paz pra poder sorrir. A entidade pede que líderes de diferentes espectros políticos incitem seus seguidores a afastarem o Brasil de “qualquer tipo de violência, terrorismo político, tentativa de golpe de estado e apreço ao autoritarismo”. Diz ainda que “essas lideranças precisam, com urgência, mandar um recado claro para suas bases, reprovando a violência e o ódio político, a desinformação e os xingamentos”. Justiça se faça : a OAB foi a primeira entidade civil a reconhecer a legitimidade do resultado das eleições de 2022 e a condenar os atos de 8 de janeiro na Praça dos Três Poderes.
Parabéns a OAB!