Estranho o comportamento da mídia corporativa em relação aos acordos celebrados em Brasília pelos presidentes Lula e João Lourenço, de Angola. Tanto os portais de notícias dos jornalões Estadão, Globo e Folha de São Paulo quanto as redes nacionais de televisão, Globo à frente, ignoraram solenemente a visita do líder político africano ao nosso país, como se para eles a África fosse um continente sem nenhuma importância na nossa história. Os destaques ontem nesses veículos de comunicação foram fofocas palacianas e o recuo do ministro Haddad no caso do IOF. Que leitura fazer desse descaso? Simples: a mídia tradicional é o reflexo da elite do atraso, que vive fazendo mesuras aos Estados Unidos e à Europa, mas está de costa para para a “mamãe África”. Nunca é demais lembrar que a África em especial e Angola, em particular (que compartilha conosco a língua portuguesa) é a matriz cultural mais profunda da identidade nacional. É pouco ou quer mais?