A direta anda desorientada, batendo cabeça. Tarcisio de Freitas diz que não é candidato a presidente mas se inflama com a capa que acaba de ganhar da decadente Veja. E aí, ouve o coro de bolsonaristas o chamando de traidor. Ratinho Junior se desentende com Ronaldo Caiado, que não aceita reduzir ICMS para possibilitar queda de preço nos supermercados. No fundo, a briga entre os pretendentes ao Planalto é mais profunda: Caiado, Ratinho, Tarcisio e o boquirroto Zema, governador de Minas, se estapearão daqui a pouco pra ver quem fica com o espólio do Jair Messias.
Messias
Fera ferida
Na função de ajudante de ordem o tenente-coronel Mauro Cid foi um cão fiel do presidente Bolsonaro. Preso, optou pela delação premiada para aliviar sua pena. E então, detonou o ex-chefe, com falas respaldadas em muitas provas obtidas pela Polícia Federal nas trocas de mensagens entre o comandante e o comandado. Os depoimentos de Cid, liberados para divulgação pelo ministro Alexandre de Moraes, jogou uma pá de cal na sepultura política de Jair Messias. E escreveu na lápide: “Aqui jaz, o mito”.
Agora, a defesa de Bolsonaro usa como estratégia desqualificar e desmoralizar Cid, jogado às traças pelo clã, que já tinha feito isso com Gustavo Bibiano, que morreu de um infarto misterioso, Mandeta e o próprio Sergio Moro, que mesmo pisoteado continuou beijando a mão de Bolsonaro. Ele e tantos outros aliados viraram bagaço de laranja, que o clã tentou jogar na lata de lixo da história. Cid, pelo que já deixou claro, é fera ferida e é certo que ainda tem muita coisa a revelar sobre os bastidores da trama golpista.
RB e a linguagem do P
O todo poderoso do PP, senador Ciro Nogueira, está insatisfeito com o Ministério do Esporte, porque é uma pasta que tem orçamento pequeno. E aí ameaça sair da base governista. Na esteira da retirada, Ciro quer dar uma banana ao presidente Lula. A nós, cá da Capitania Hereditária dos Barros, resta a pergunta: como Ricardo vai ficar, já que ele é sempre governo e agora costeia o alambrado do Palácio da Alvorada? Se houver um rompimento RB pode entrar em depressão ? Um amigo meu, saudoso da linguagem do P, alfineta: “p si, p fo, pedeu…”
Privatista militante
O governador Ratinho Júnior é um privatista militante. Privatizou quase tudo que era estatal no Paraná. O presidente estadual do PT, Arilson Chiorato, disse que se Jota Erre chegar à presidência ele acaba com o patrimônio dos brasileiros.
O analógico
Ratinho Jr era até dia desses uma das alternativas do bolsonarismo para 2026. Mas deixou de ser, porque constataram que ele não é grande coisa nas redes sociais, ao contrário de Tarcísio de Freitas, que bomba. De acordo com análise publicada pelo portal Poder 360, falta ao governador do Paraná, relevância no ambiente digital. O chamam de político analógico.

Será que seria?
O trumpismo e o bolsonarismo se inseririam naquela variedade de sintomas mórbidos que aparecem quando “o velho está morrendo e o novo ainda não pode nascer”, conforme Gramsci? Seria isso mesmo?
O cinismo dos falsos patriotas
Corromper palavras é típico dos autoritários de qualquer cor política. Bolsonaro e seus esbirros, adeptos da ditadura militar que asfixiou o Brasil por 21 anos, têm o cinismo de gritar por “liberdade de expressão” —liberdade que querem usar justamente para suprimi-la se voltarem ao poder. É o mesmo cinismo com que dizem “o Brasil acima de tudo” enquanto municiam Trump para afrontar a soberania brasileira. O perigo não está só na mentira, mas, pior ainda, na mentira como verdade.
. Ruy Castro
Projeto predador
Tramita na Assembleia Legislativa um projeto de lei pra lá de absurdo. É do deputado estadual Matheus Vermelho, do PP, que libera a pesca do dourado nos rios do Paraná. A proibição da captura é por 8 anos, tempo suficiente para que a espécie possa escapar do processo de extinção. A bola está no pé do deputado Soldado Adriano José, que é o relator do projeto na Comissão de Justiça.

Furacão em tempo de zica
A escola de samba Leões da Mocidade foi rebaixada no desfile de ontem para o segundo grupo do carnaval de Curitiba. Nada muito relevante, apenas a curiosidade de que a escola levou para a avenida o tema Atlético Clube Paranaense, que ano passado foi rebaixado para a série B do Brasileirão. A ziquizira baixou de vez na baixada, a casa do Furacão
Reflexão sem dor, do Millôr
Herança é o que os descendentes recebem quando o cara não teve a sabedoria de gastar tudo antes de morrer. (Millôr)