Consuelo Dieguez lança um livro sobre o avanço da direita no Brasil , que tem como eixo central da sua narrativa o atentado de Juiz de Fora , decisivo na ascensão de Jair Bolsonaro ao poder. Em o “Ovo da serpente”, a jornalista se diz impressionada “como ele arrebatava uma multidão apaixonada, que fazia questão de se dizer de direita”. Ficou claro para ela que tratava-se de um movimento caudaloso que veio para ficar. Segundo Consuelo, ainda na Santa Casa de Juiz de Fora, Bolsonaro teria dito a dois aliados: “É só não fazer nada que a eleição está ganha”.
Messias
A volta do dia mais curto
O presidente Bolsonaro acabou com o horário de verão, mas corre nos bastidores do Palácio do Planalto a informação de que pretende adiantar os relógios em uma hora a partir de outubro. Ele teria pedido ao Operador Nacional do Sistema Elétrico que examine essa possibilidade. Tida como uma das medidas mais importantes do seu governo, o presidente teria se convencido que a importância de voltar atrás neste momento também pode ter impacto positivo. Foi advertido que não,mas se isso vier a acontecer que seja depois de fechadas as urnas.
Só lembrando que o horário de verão não é novo, foi instituído em 1931 pelo presidente Getúlio Vargas por meio do Decreto 20.466. Mas teve vários períodos de interrupção, como ocorreu em 2019,quando os relógios deixaram de ser adiantados uma hora em quase todo o país, para economizar energia.
Faz parte do jogo
Quem se lembra da maneira apaixonada como o senador Álvaro Dias defendia a Lava-Jato e o juiz Sérgio Moro? Foi candidato a presidente e dizia toda hora que Moro seria seu Ministro da Justiça. De fato, Moro foi ministro, mas de Bolsonaro, o candidato outsider que venceu o pleito de 2018. Hoje, Dias e Moro brigam pela vaga paranaense no Senado . E brigam ,literalmente. Esta semana, por exemplo, o ex-juiz entrou na Justiça contra o senador para proibir a veiculação de uma propaganda de campanha.Isso é igual pelada no futebol: uma vez em campo com camisas de cores diferentes, se puder um amigo quebra a perna do outro.
Pauleira entre Lula e Bolsonaro anima Ciro e Simone
A campanha morna e pouco propositiva que está na televisão deve esquentar a partir da semana que vem. Bolsonaro não perde oportunidade de agredir Lula por onde passa mas no programas eleitorais está um “Jair paz e amor”, o que talvez seja estratégico , para não atrair a ira do adversário. Mas a campanha do ex-presidente já detectou que o tom agressivo das redes sociais e dos “cercadinhos” Brasil a fora precisa de respostas duras também na televisão. Os próximos programas do PT, portanto, virão bem apimentados, com denúncias pesadas contra o clã, como esta da compra de 107 imóveis, 51 deles com dinheiro em espécie, de acordo com matéria do portal UOL. É certo que Bolsonaro também vai pra cima,o que de certa forma agrada Ciro Gomes e Simone Tebet, que vê nesse tiroteio uma possibilidade de crescerem e aparecerem.
Evandro não quer
A deputada estadual Maria Vitória, do PP, pediu licença do mandato para se dedicar à campanha de reeleição. O presidente da Assembleia Legislativa do Paraná deve convocar outro maringaense para assumir temporariamente o lugar da filha de Ricardo Barros. Será o ex-deputado Evandro Júnior, neto de Hermans Brandão, ex-presidente daquela casa . Evandro já disse que não quer a vaga temporária. A alegação é de que precisa cuidar da sua empresa. Um chegado dele me disse que no fundo, no fundo, Evandro se recusa a servir de tapa buraco.
Ulysses vai de Lula?
Informa Esmael Morais em seu Blog que “enquanto em Curitiba Bolsonaro fazia discurso de ódio e desinformação para o deleite do governador Ratinho Júnior, no Noroeste do Estado o prefeito de Maringá, Ulysses Maia, participava de inauguração do comitê de Lula, ao lado de líderes do PT , entre os quais o deputado federal Enio Verri.
Aqui já foi um jornal
O prédio do O Diário, um jornal que faz muita falta a Maringá, é onde passou a funcionar o comitê eleitoral do candidato ao senado, Álvaro Dias. O imóvel pertence à família Matos, que o arrematou em leilão judicial. Wilson pai é suplente de Álvaro, que num certo período se afastou para operar um joelho e o reitor do Unicesumar assumiu por quatro meses no Senado da República. Para um eventual novo mandato, o que é quase certo, o suplente de Dias será Wilson Filho. Seria o caso de perguntar: se reelegendo, será que o senador vai operar o outro joelho?
Legados de um prefeito visionário
Adriano Valente foi um prefeito visionário e com uma presença de espírito que só um ótimo advogado poderia ter. Ele protagonizou episódios que ficaram registrados na história da política (e do desenvolvimento ) de Maringá. Entre tantos que ouvi dele e do seu fiel escudeiro Marco Antônio Lourenço Correa , me ocorrem dois, que são marcantes.
1º. – Quando ele foi pedir o terreno para implantar o Parque de Exposições de Maringá ouviu do diretor da Cia Melhoramentos, em forma de indagação, a seguinte resposta: “Mas por que a empresa doaria um terreno para a implantação de um parque de exposições de gado se Maringá não tem gado?”. O prefeito respondeu de bate-pronto, ou na bucha, como preferiria o Baianinho Engraxate: “ Dr. Alfredo Nyffler, é certo que não temos pecuária no nosso município , mas aqui mora a maioria dos criadores de gado da região”. Nyffler ficou sem saída: “Bem, me convenceu. Tá concedido o terreno, prefeito”.
2º. O governador Paulo Pimentel pretendia criar a Universidade Estadual do Norte do Paraná, com sede em Londrina e uma extensão em Maringá. O prefeito não concordou: “Nada, feito, queremos a Universidade Estadual de Maringá”. Ante a insistência de Pimentel, Dr. Adriano fez um documento exigindo a criação da UEM, para que o governador assinasse. Sabendo que isto seria difícil , o prefeito rumou para a Capital numa madrugada de segunda-feira. Às 7h em ponto Dr. Adriano estava atravessando o carro oficial na frente do portão da casa do governador. Quando saiu para ir ao Palácio Iguaçu, Pimentel se espantou: “ O que significa isso, prefeito?”. E ouviu, em alto e bom som: “Entenda como pressão mesmo. Se o senhor não criar a Universidade de Maringá, vou mobilizar todos os prefeitos do Noroeste do Estado e quando o senhor for lá, vai sentir de verdade a força política da região”. Sem discutir , Pimentel assinou o documento em que se comprometia com a reivindicação e ali mesmo, no capô do Galaxie preto da Prefeitura de Maringá nascia a nossa UEM.
Por que agora?
O deputado estadual Soldado Fruet (Pros) protocolou esta semana na Assembleia Legislativa do Paraná um projeto de lei que reflete bem a cultura oportunista e eleitoreira da classe política. Visa reduzir o valor da conta de luz dos paranaenses, usando para isso lucros e dividendos que a Copel repassaria aos seus acionistas. Sem dúvida uma proposta interessante, mas agora, deputado? É uma frase sovada pra dedéu, mas como diria o saudoso Zé Risada “quando a esmola é demais até o santo desconfia”.
Vagas no Tribunal
O Tribunal Pleno do Tribunal de Justiça do Paraná está em processo de escolha de candidatos a desembargadores, para preencher nove vagas, por vacância natural (aposentadoria principalmente) ou devido a criação de novas câmaras julgadoras. Os concorrentes são juízas , promotores e advogados escolhidos dentro da OAB/Pr. Algumas vagas serão preenchidas pelos critérios de merecimento e de antiguidade.