A contenda capital x trabalho que Michel Temer tentou sufocar com uma reforma trabalhista mandrake está de volta. A discussão sobre a escala 6×1 (seis dias de trabalho por um de descanso) coloca em xeque o modelo trabalhista calcado no neoliberalismo. Temer, o vampiro brasileiro, atuou como verdadeiro longa manus no projeto de destruição da representação classista. Conseguiu em parte, porque a insegurança jurídica dos trabalhadores predomina nas relações empregado-patrão. E os sindicatos obreiros perderam musculatura e ficaram impotentes até para atuar nos processos rescisórios. Hoje, o empregado demitido fica à mercê do RH da empresa, inseguro quanto ao recebimento do seus direitos trabalhistas quando a demissão chega.
Só lembrando que a reforma trabalhista mandou pra longe a discussão naquele momento existente sobre a redução da jornada de trabalho das atuais 44 para 40 horas semanais. Claro que a escala 4×3 proposta pela deputada Erika Hilton é inviável, porém o projeto está servindo pelo menos para colocar o debate das relações de trabalho de novo no centro da roda.