A esquerda viveu recentemente alguns espasmos de sucesso eleitoral em Maringá, uma cidade politicamente conservadora, mas não tão à direita como agora se apresenta. Esta eleição municipal emite um sinal de alerta para o campo progressista, cujas forças submergiram à avalanche bolsonarista e, com a viola no saco, tiveram desempenho ridículo nas eleições majoritárias e proporcionais.
Existe hoje aqui um claro aprofundamento do preconceito ideológico que afetou principalmente o Sul do Brasil a partir de 2018 , com a criminalização da esquerda em geral e a satanização do PT em especial. Fico pensando o que foi feito do mito de cidade universitária, onde o debate político, democrático e minimamente intelectualizado, forjou em passado não muito distante, lideranças como Horácio Racanello, Renato Bernardi e mais lá mais atrás , José Bonifácio e Leonardo Grabois, por exemplo.
A politica maringaense hoje é um pântano, recheado de dirigentes partidários apenas espertos e outros tantos de pouca ou quase nenhuma expressão. O momento , pois, é de reflexão e autocritica . Que o recado das urnas sirva, especialmente ao PT, para que suas lideranças (irmãos Verri à frente) calcem as sandálias da humildade, reconheçam a queda, não desanimem, levantem, sacudam a poeira e deem a volta por cima.