Adriano Valente foi um prefeito visionário e com uma presença de espírito que só um ótimo advogado poderia ter. Ele protagonizou episódios que ficaram registrados na história da política (e do desenvolvimento ) de Maringá. Entre tantos que ouvi dele e do seu fiel escudeiro Marco Antônio Lourenço Correa , me ocorrem dois, que são marcantes.
1º. – Quando ele foi pedir o terreno para implantar o Parque de Exposições de Maringá ouviu do diretor da Cia Melhoramentos, em forma de indagação, a seguinte resposta: “Mas por que a empresa doaria um terreno para a implantação de um parque de exposições de gado se Maringá não tem gado?”. O prefeito respondeu de bate-pronto, ou na bucha, como preferiria o Baianinho Engraxate: “ Dr. Alfredo Nyffler, é certo que não temos pecuária no nosso município , mas aqui mora a maioria dos criadores de gado da região”. Nyffler ficou sem saída: “Bem, me convenceu. Tá concedido o terreno, prefeito”.
2º. O governador Paulo Pimentel pretendia criar a Universidade Estadual do Norte do Paraná, com sede em Londrina e uma extensão em Maringá. O prefeito não concordou: “Nada, feito, queremos a Universidade Estadual de Maringá”. Ante a insistência de Pimentel, Dr. Adriano fez um documento exigindo a criação da UEM, para que o governador assinasse. Sabendo que isto seria difícil , o prefeito rumou para a Capital numa madrugada de segunda-feira. Às 7h em ponto Dr. Adriano estava atravessando o carro oficial na frente do portão da casa do governador. Quando saiu para ir ao Palácio Iguaçu, Pimentel se espantou: “ O que significa isso, prefeito?”. E ouviu, em alto e bom som: “Entenda como pressão mesmo. Se o senhor não criar a Universidade de Maringá, vou mobilizar todos os prefeitos do Noroeste do Estado e quando o senhor for lá, vai sentir de verdade a força política da região”. Sem discutir , Pimentel assinou o documento em que se comprometia com a reivindicação e ali mesmo, no capô do Galaxie preto da Prefeitura de Maringá nascia a nossa UEM.