Não é de Maiakóvski, mas é Maiakóvski

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O poema carregado de metáforas para criticar a violência e o arbítrio, é por muitos, atribuído  a Vladimir Maiakovski, o poeta da revolução. Não, não é de Maiakovski, mas do braseiro Eduardo Alves da Costa, que aliás, homenageia o poeta russo, colocando-o no título do poema, muito lido na campanha das Direta Já.  “No caminho com Maiakóvski”  é sempre muito atual, ainda mais num momento como este em que vemos dia sim e dia também, arroubos autoritários em nosso país.

A homenagem de Costa a Maiakovski não se resume ao belo (e conhecido)  poema. Senão vejamos:

“Assim como a criança
humildemente afaga
a imagem do herói,
assim me aproximo de ti, Maiakóvski.
Não importa o que me possa acontecer
por andar ombro a ombro
com um poeta soviético.
Lendo teus versos,
aprendi a ter coragem.

 “No caminho com Maiakóvski”:

“Na primeira noite, eles se aproximam e roubam uma flor do nosso jardim.
E não dizemos nada.
Na segunda noite, já não se escondem: pisam as flores, matam nosso cão, e não dizemos nada.
Até que um dia, o mais frágil deles entra sozinho em nossa casa, rouba-nos a luz e, conhecendo nosso medo, arranca-nos a voz da garganta.
E já não podemos dizer nada…”.

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