O pedágio foi tema central das últimas quatro campanhas de governador no Paraná. Ficou célebre a frase “baixa ou acaba” de Requião , como célebre ficou a de Beto Richa “nem baixou e nem acabou”. Este ano o pedágio, que Ratinho deixou desidratar, não renovando contratos de concessão e mandando , eleitoreiramente, abrir tudo, simplesmente desapareceu da propaganda e do debate político. Fiquem tranquilos, o pedágio voltará, senão como bandeira de campanha, pelo menos como fonte permanente de irritação dos motoristas.
Bem isso mesmo!
Não existe guerra religiosa e nem cruzada moralista, de costumes ou ideológica. O que existe na “sociedade” é o medo de uma minoria privilegiada, exclusivista e reacionária em perder ou ver ameaçada sua posição e o desejo dela em manter o país e sua gente eternamente igual seja a que preço for, com mão dura ou mão leve e gatopardiana. É o medo ou o puro capricho dessa gente produz essas deformidades “morais”, “religiosas” e “ideológicas”. Em cada uma dessas manifestações podemos ver a ação dessa minoria. O neopentecostalismo vulgar é o resultado não de um novo fervor religioso, mas de um estado de coisas totalmente “mundanas”. Essa minoria reacionária usou essas “igrejas” geométricas-universais primeiro para “combater” a ação política de um setor da Igreja Católica, a Teologia da Libertação, nos distantes anos 70 e 80 ainda dentro do quadro da quente Guerra Fria e da paranóia anticomunista daquela quadra do tempo histórico. Depois já em plena transição e transação democrática serviu a todo tipo de manobra política reacionária e fisiológica, quase um Bombril, teve mil e uma utilidades: de aprovar um ano a mais para um mandato de um presidente tampão a reeleição de um sociólogo espertão, de “reformas” económicas que atendiam os intereses empresariais locais e estrangeiro a eleição de vereadores, deputados estaduais e federais, prefeitos, governadores, senadores e finalmente não um presidente, mas um “minto”.
graças a essas espertezas o dinheiro e os meios correram para esses empresários da fé, do desespero e da credulidade popular, negócio já por si só sempre rentável. E como o hábito faz o monge, a ocasião faz o ladrão. Do contrário esses mercadores ainda estariam pregando nas praças das cidades, com um terninho apertado da Ducal e roucos de tanto gritar, não teriam mansões, carrões e canais de rádio e televisão.