Uma reflexão dolorosa mas necessária

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O poder político é para a maioria dos políticos a extensão da sua casa e do seu patrimônio. Isso explica, em certa medida, o comportamento de candidatos eleitos quando eles estão lá, sentados nas cadeiras do executivo e do legislativo,  não importa em que instância seja. Isso está diretamente ligado à cultura do patrimonialismo, um fenômeno sociopolítico que remonta ao período colonial.

 Mas como romper com essa cultura do levar vantagem e do político tradicional se refestelar com o erário, na maior sem cerimônia? Não adianta achar que com Pedro aqui, com João Lá ou Chico acolá, a coisa será diferente, porque não será. Dependendo mais da ideologia do que do caráter de cada liderança, o fato concreto é que a pouca vergonha torna-se às vezes minimizada, mas nunca cessada. Normalmente o eleitor manifesta sua indignação a cada escândalo pontual de corrupção, mas na hora do voto  ele acaba, consciente ou inconscientemente, convalidando a prática que mais adiante lhe trará repulsa.

O que fazer, então, para que haja uma ruptura no patrimonialismo estrutural, que parece marca registrada do nosso país e mais ainda, do nosso tempo? Não há receita pronta, mas  é passada a hora da sociedade, cientistas sociais à frente, se debruçar sobre esse tema e encontrar saídas para guiar as futuras gerações, porque essa já não tem mais conserto. Infeliz e desgraçadamente.

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