O avião levantou voo no Aeroporto Afonso Pena rumo a Brasília. A bordo, dois aliados políticos e hoje, adversários. Um deles está com o coração até aqui de mágoa e o outro, no modo “tô nem aí”. O magoado atende pelo nome de Álvaro Dias, o arrogante recebeu na pia batismal o nome de Sérgio Moro. O primeiro ficou fã do segundo, por conta da sua ação justiceira na Lava Jato e depois foi por este traído. Na aeronave estavam separados por apenas uma fileira. Um percebeu o outro e o outro fez que nem viu o um. O que atende pelo nome de Álvaro Dias não escondia seu desconforto e o batizado de Sérgio, continuou a viagem toda se fazendo de samambaia.
O senador desceu na capital federal, passou perto do ex, que ele derrotou em outubro, e fez de conta que não o conhecia. O silêncio de Álvaro Dias, que defendeu com unhas e dentes a Lava Jato, ao ponto de colocar o juiz Moro num pedestal era ensurdecedor. O de Moro, cortante. Calados os dois estavam, calados e indiferente um ao outro, ambos desceram . Após pegarem as respectivas malas, tomaram direções opostas, deixando em quem os observava à distancia, a certeza de que realmente, dois bicudos não se beijam.
Lendo essa história no blog do Esmael Morais, que procurei enfeitar aqui com uma certa dramaticidade tragicômica, fiquei pensando: o que diria de Moro o senador Jorge Kajuru ?
O Alvaro um político experiente caiu na lábia do marreco juiz corrupto, bem feito.