Li no blog do Cláudio Osti os motivos que levaram Paulinho da Viola a compor um dos melhores e mais executados sambas da história da MPB. O texto do compositor Edson Ferracini é imperdível, principalmente para os apreciadores da música de qualidade e fãs do grande poeta carioca. Conta Ferracini que “Foi um rio que passou na minha vida” soou como uma forma que Paulinho da Viola encontrou de se reconciliar com a sua escola do coração, a Portela. Isso depois que um amigo da onça inscreveu no Festival da Record o samba “Sei lá Mangeira”, que Paulinho havia feito na juventude, despretensiosamente. O samba foi um sucesso estrondoso na voz de Elza Soares e o mesmo amigo da onça tratou de envenenar a nação portelense contra Paulinho.
Para provar que não traiu a sua escola do coração, o poeta de Madureira escreveu: “Não posso definir aquele azul, não era do céu, não era do mar…foi um rio que passou na minha vida e que meu coração se deixou levar”. O samba de reconciliação , principalmente com a velha guarda da Portela, foi uma espécie de plataforma de lançamento, que ejetou Paulino da Viola para aquilo que meu amigo Frambel de Carvalho chamaria de “píncaros da glória”.