Já bem antes de sonhar com a presidência da república, o então deputado federal Jair Bolsonaro tonitroava o seu discurso rastaquera do anticomunismo. Uma vez eleito presidente, ficou quatro anos com a pregação descabida, tomando Cuba e a Venezuela como referência da narrativa tosca e apátrida. Passados três meses da posse de Lula, que Bolsonaro chegou a chamar de “capeta vermelho”, percebe-se que quase metade da população acredita mesmo que nosso país corre risco, conforme atesta pesquisa do Ipec.
Esse discurso vai continuar alimentando o bolsonarismo por um bom tempo, porque se a lavagem cerebral pegou fundo com uma tal intentona comunista lá nos anos de 1930, imagine agora em 2023, quando as redes sociais inoculam de forma devastadora, o vírus da ignorância na cabeça despolitizada de milhões de brasileiros. Pode parecer piada, mas a pesquisa é pra ser levada a sério. Até como forma de antídoto à patologia do nacionalismo idiotizado.
Fico me perguntando: será que o Brasil ainda é vítima dos efeitos daquela farsa batizada de Plano Cohen ?