Em 25 de abril de 1974 eu estava na sucursal da Folha de Londrina, onde trabalhava junto com o Mini-Chico, um portuguesinho arretado e sem dúvida um dos melhores repórteres com quem convivi profissionalmente. Francisco de Oliveira tinha vindo de Portugal com a família, fugindo da ditatura salazarista. Naquela manhã, a grande manchete dos jornais de todo o mundo, era sobre a Revolução dos Cravos. A entrada das tropas comandadas pelo general Antônio Spínola em Lisboa, colocava fim a uma das ditaduras mais longevas do século XX. Mini Chico, entrou na redação por volta das 10hs muito emocionado e, cantando Grândola Vila Morena, o hino daquele movimento revolucionário. Nos abraçamos e choramos juntos.
Hoje, véspera do 49º aniversário da Revolução dos Cravos, o presidente brasileiro, Luís Inácio Lula da Silva, está em Lisboa e lá entregou o Prêmio Camões ao grande músico, poeta e escritor Chico Buarque de Holanda. O prêmio , maior honraria da literatura portuguesa, foi concedido em 2019 e manda o protocolo que deveria ser entregue pelo presidente do país de origem do homenageado. Mas Chico não a recebeu quando tinha que receber, porque o presidente brasileiro da época se recusou a ir a Portugal para cumprir tão nobre tarefa. Chico, então, alimentou a esperança de que qualquer outro candidato nas eleições de 2022 que ganhasse a eleição, menos Bolsonaro, iria a Lisboa para a solenidade que ansiava tanto. E ficou na expectativa que o eleito seria Lula, como de fato foi. Como o próprio Chico anteviu na canção Tanto Mar, “foi bonita a festa, pá/ Fiquei contente/ Ainda guardo renitente, um velho cravo para mim”.
“Rara fineza”, quem tem o domínio das palavras e é humanista só poderia se sair com essa pérola. Parabéns Chico, você, e muitos outros, nos representam e nos ajuda a defendermos da barbárie. A luz sempre prevalecerá contra as trevas…..
Chico foi, simplesmente, perfeito! Difícil imaginar algo melhor e mais preciso. Prêmio super merecido e discurso ultra necessário!
A situação de Chico é uma bela representação de quão tosco é Bolosnaro e o bolsonarismo, no futuro teremos dúvida em acreditar que isso tudo existiu.
Não sei o que foi mais surreal, mais inacreditável, se a covid ou Bolsonaro, nunca vai ser possível pensar em uma das duas desgraças sem lembrar da outra.
Daqui a quinze, vinte anos quem estudar a História do Brasil vai ter dificuldade em acreditar que os últimos quatro anos realmente existiram…
O boi-guia do gado não sujou o diploma do Grande Chico, amém. Poderá, não poderia por não falar o idioma, já que fala algo como um dialeto bovino somente.
O rabisco feito com o casco direito da pata do BolsoNazi emporcalharia até papel higiênico.
Chico Buarque, através de sua vasta obra artística, retrata fielmente a alma do povo brasileiro. Parabéns ao maior gênio da nossa MPB, que merecidamente acaba de receber o Prêmio Camões. Orgulho!!!
Enfim, Chico recebe seu merecido prêmio e das mãos do presidente e amigo Lula! Bolsonaro que continue no seu ostracismo e enclausurado com seus demônios!!!
Emocionante! No meio da lama com que os Bolsonaros cobriram o Brasil, aos poucos vão aparecendo pontos de luz e ressurgindo o poder deste País! Viva a língua portuguesa e nossa cultura!
Salve Chico Buarque, patrimônio de nossa literatura, da cultura nacional. Escritor, compositor, cantor, militante da Democracia, chicote contra a Ditadura e tiranos de plantão. E principalmente poeta de mão cheia. Desde o início, a letra de suas músicas exala a poesia mais genuína como mestre da Língua Portuguesa. Já se nota isso no seu primeiro sucesso musical: A Banda! É haja louvação para o nosso poeta!