O Ministério Público obteve autorização da Justiça Federal do Paraná para eliminar os arquivos com dados de servidores clandestinos que continham informações importantes sobre pagamentos de propinas feitos pela Odebrecht. Esta lebre foi levantada pelo correspondente internacional do UOL, Jamil Chade, que informa ter a destruição ocorrida nos dias 19 e 20 de maio de 2022.
Os arquivos dos sistemas Drousys e Mywebday eram, segundo o jornalista “ peças-chave das acusações feitas pelo MPF contra vários políticos, além de serem fundamentais em diversos processos. O servidor desse sistema ficava na Suíça, fora do alcance de possíveis operações policiais brasileiras”. A pergunta que se faz é: a quem interessaria desaparecer com as informações sigilosas da contabilidade paralela da empreiteira?
Chade não responde tal pergunta, mas pontua: “O acesso integral ao sistema Drousys foi uma das exigências da Lava Jato para fechar acordos de delação premiada com 78 executivos da Odebrecht, incluindo Emilio e Marcelo Odebrecht. A defesa do ex-presidente Lula também lutou para ter acesso aos mesmos arquivos e levantou a suspeita de que os mesmos corriam risco de serem manipulados. O advogado Tacla Duran, que vem acusando o ex-juiz Moro de extorsão contra ele, também questionou os arquivos e se mostrou surpreso com a notícia da destruição. Em seu twitter, Duran reagiu com a seguinte indagação: “O que a força-tarefa de Curitiba quer esconder?”.