A diferença está no jeito de andar…

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Eu sempre achei que o instituto da emenda parlamentar é uma das maiores excrescência da relação Congresso Nacional-Presidência da República. Se já era imoral aquele tipo de emenda individual que transforma o deputado em mero despachante , imagine agora que esse instrumento de chantagem foi aperfeiçoado, por meio das chamadas emendas do relator (via orçamento secreto)  e das famigeradas emendas impositivas (aquelas que botam a faca no pescoço do presidente na base do “ou paga ou tá ferrado”).

O presidente da república só tem como se contrapor a essa prática deletéria se tiver uma base de sustentação muito sólida na Câmara e no Senado, ainda que para isso tenha que negociar com habilidade e que nessas negociações saiba perder os anéis para preservar os dedos. Bolsonaro se entregou de corpo e alma ao Centrão, abdicando do direito de governar, que trocou pelo cercadinho, pelas motociatas e claro, pelas sinecuras.

Dilma tentou bater de frente e sem jogo de cintura, foi colocada numa camisa força por Eduardo Cunha e acabou sendo impichada. Com Lula é um pouco diferente, mas é bom lembrar que a única diferença  do atual presidente da Câmara  , Arthur Lira, para o ex Eduardo Cunha é só o jeito de andar.

4 COMENTÁRIOS

  1. Falta articulação política no ministério de Lula-3, todos concordam, mas se esquecem de mostrar o outro lado da medalha: a ofensiva na base da chantagem, sem nenhum escrúpulo nem limites, desfechada pelo presidente da Câmara, Arthur Lira, fiel discípulo de Eduardo Cunha – lembram-se dele? – para encurralar o governo eleito. Isso só é possível porque, em outubro, a população elegeu um governo de esquerda, por pequena margem, e uma Câmara dominada pelo Centrão, com a extrema-direita bolsonarista ainda viva, que só pensa em se vingar da derrota na eleição presidencial, boicotando os projetos do governo e criando crises sucessivas, com várias CPIs abertas ao mesmo tempo.

    Acuado pelas investigações da Polícia Federal no seu núcleo político em Alagoas, o insaciável Lira quer sempre mais, é um poço sem fundo. Enquanto ministérios, emendas, verbas e cargos servirem como moeda de troca, em nome da governabilidade, o país continuará ingovernável. Lula deve se lembrar o que Eduardo Cunha fez com a presidente Dilma Rousseff, desde o primeiro dia do seu segundo mandato, com as pautas-bomba e chantagens de toda ordem, que acabaram levando à sua derrubada num golpe parlamentar. Cunha também acabou cassado, foi condenado e preso por corrupção, mas hoje está livre, leve e solto, circulando pelo poder em Brasília para oferecer seu know-how a quem se interessa.

  2. ATENÇÃO! É estarrecedora a reportagem do @showdavida sobre o caso dos kits de robótica em Alagoas. Esse absurdo que nada mais é que corrupção fruto do orçamento secreto que o Centrão tanto quer trazer de volta. Não ao orçamento secreto!
    LIRA E BOZO CORRUPTOS!

  3. Lira tá pensando q Lula é Bolsonaro(um fascista assassino que foi responsável pela morte de milhões de brasileiros pelo seu negacionismo). Não é não. Lula é cobra criada e não se deixará ser emparedado ou chantageado por Lira. Lira que se cuide, sua batata tá assando.

  4. É este outro lado da moeda meu caro Messias, que também precisava ser mostrado para explicar as dificuldades enfrentadas por um governo que assumiu há apenas cinco meses e alguns dias, e correu o risco na semana que passou de ver derrubada toda a nova estrutura ministerial, deixando sérias sequelas no de Meio Ambiente e no dos Povos Indígenas, que foram esvaziados. Qualquer tentativa de governo de implantar políticas públicas de interesse social é logo bombardeada pelos órfãos da velha mídia tucano-lavajatista, que a cada semana infla uma nova crise do fim do mundo.

    Nem se Lula chamasse o papa Francisco para cuidar da articulação política os discípulos da escola Eduardo Cunha de fazer política se dariam por satisfeitos. No Brasil, parece que o futuro nunca chega e o passado sempre volta a nos assombrar.

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