Entre as muitas razões pelas quais os Estados Unidos chegaram a articular, sob Trump, um golpe de estado na Venezuela, transformando Juan Guaidó em presidente paralelo, está o interesse que os americanos têm desde sempre no petróleo venezuelano. Além de ser um petróleo de boa qualidade, o transporte é fácil, os navios petroleiros gastam apenas três dias para ir de um país a outro, quando o petróleo árabe demora pelo menos um mês para chegar na costa americana, ainda com o risco dos navios serem atacados no Estreito de Hormuz.
O olho americano cresceu mais ainda sobre a Venezuela quando o governo Chaves descobriu um gigantesco lençol petrolífero na bacia do Orenoco, que transformaria o país sul-americano em detentor da maior reserva petrolífera do planeta. Chaves, então, endureceu o jogo e mandou um recado para o presidente Bush: “Aqui não, violão!”. Com a morte de Chaves , assumiu seu vice Nicolás Maduro, um ex-caminhoneiro despreparado, que acabou se tornando num ditadorzinho . E como todo ditador de mierda , Maduro passou a usar a força para se manter no poder.
O que é preciso entender, é que a Venezuela não é, nunca foi e nunca será, um país de tendência comunista. Seu povo hoje sofre mais por conta das centenas de bloqueios comerciais impostos pelos Estados Unidos da América do que em consequência da desastrada administração Maduro. O povo venezuelano já teria resolvido essa questão, até se livrando de Maduro, caso Tio San não tivesse crescido o olho pra cima do petróleo , ameaçando dia sim e dia também a soberania nacional. Por essa e por outras , é que não dá pra entender como pode o Brasil virar as costas para a Venezuela, como ocorreu no governo Bolsonaro. A questão, como se vê, é meramente econômica, e não tem, portanto, qualquer conotação ideológica. Só a estupidez de uma direita tosca e ignorante, pode continuar alimentando o discurso chinfrim e sacana de uma ameaça comunista a partir de Caracas.