Toda vez que se discute a verticalização habitacional de Maringá, surge no debate a questão da Zona 2, onde a Associação de Moradores briga há anos para preservar a horizontalidade sacramentada no Plano Diretor. Agora, a discussão sobe a ladeira e vai lá para as zonas 4, 5 e 6 , onde também há limitações na altura dos prédios. O mercado imobiliário, claro e evidente, luta para que a Câmara de Vereadores mexa esse doce, a partir do exemplo da Zona 2, que está ficando com seus casarões vazios.
Acho que é importante o Poder Legislativo abrir e comandar essa discussão, sobretudo com a participação de especialistas em sustentabilidade e técnicos que possam clarear o debate sobre os prós e contras da verticalização. Uma coisa é certa: o fenômeno da verticalização das cidades é mundial e no Brasil é assunto tratado desde o século 19. Portanto, já em pleno século XXI, Maringá, que é uma cidade ainda adolescente, precisa furar esta bolha.
O detalhe é que a discussão não pode ignorar a população de baixa renda, que precisa ser incluída no contexto da sustentabilidade, com possibilidades reais de morar nas áreas com boa infraestrutura urbana e não, como tem ocorrido até aqui, sendo empurrada para aquilo que meu compadre Canô chamaria de “os arrebardi”.