Até Hugo Chaves vencer Carlos Andres Perez nas urnas, após duas tentativas frustradas de golpe, a Venezuela caminhava para a modernização econômica , sob o respaldo do Pacto de Punto Fijo, que durou exatos 40 anos. Reconheça-se que Chaves conseguiu, meio que na valentona, frear o processo de mericanização de suas reservas petrolíferas, que nada ficam a dever para a Arábia Saudita. Mas enfraqueceu a até então sólida democracia venezuelana, que ficou ainda mais capenga após a morte de Chaves e a ascensão de Nicolás Maduro.
Com Maduro, o quadro econômico e social da Venezuela se degradou, e desde então o povo venezuelano vem comendo o pão que o diabo amassou. Mas, enfim, chegou o momento do mundo civilizado usar seu poder de pressão para evitar que Maduro aplique mais um golpe dentro dos golpes que vem dando desde que assumiu a presidência, sempre com um discurso hipócrita de apreço pela democracia.
Maduro fez tudo para tirar do pleito desse ano a sua principal opositora do momento, María Corina Machado, declarada inelegível. Mas não parou por aí: manobrou para inviabilizar também a substituta , outra Corina, a Yoris. , excluída do pleito após denúncias de bloqueios no sistema de inscrição. Por isso e por muito mais, é que o eleitorado venezuelano precisa mandar de volta pra casa (ou pra cadeia) o ditadorzinho de meia pataca, dando em julho próximo o primeiro passo para a restauração da democracia plena, construída através do pacto de 1958.