O namoro entre China e Rússia não começou agora com Xi Jinping e Vladimir Putin. Ainda não deu casamento, mas o flerte começou há 75 anos entre Joseph Stálin e Mao Tsetung. Na época eles se encontraram e estabeleceram relações diplomáticas. Mais do que isso: de amizade e cooperação. Na visita que fez a Pequim esta semana, Putin cantarolou a música que Stálin e Mao duetaram em 1949: “ Russos e chineses são irmãos para sempre”. O que isso pode significar ? Ainda é cedo, mas certamente uma reviravolta na geopolítica global, com redução do poderio dos Estados Unidos, questionado agora por quem também tem a força.
Nada disso estaria acontecendo se os EUA não houvessem cutucado a onça com vara curta, promovendo o avanço da Otan sobre o leste europeu, deixando o presidente russo de orelha em pé. E aí veio a invasão da Criméia em 2014 e da Ucrânia agora em fevereiro de 2022. Há motivo para preocupação? Claro que há, porque desde a guerra fria o mundo não convivia com ameaça de uma III Guerra Mundial. Porém, alivia o fato dos dois líderes afirmarem que a aliança entre eles não é dirigida contra nenhum outro país, é apenas um exemplo de cooperação baseada na confiança mútua. O fato concreto, entretanto, é que Moscou e Pequim, estão tirando o sono do ocupante da Casa Branca e, em certa medida, de outras potências europeias, como França, Inglaterra e Alemanha.