Não dá pra ser contra o avanço tecnológico e eu não sou, embora tenha dificuldades insanáveis para compreender o mundo das big techs. Intriga-me o fato de ver que milhares, se não for milhões, de trabalhadores, laboram para patrões que não conhecem, sem qualquer proteção da justiça trabalhista e ganhando salários aviltantes. Sentados na onda do tal home office, os trabalhadores, a maioria jovens sonhadores, começam entusiasmados e movidos pela crença de um futuro promissor. Com o passar do tempo, percebem a fragilidade de suas relações de trabalho. Por maior que seja sua dedicação e competência, a demissão é uma espada que o empregador desconhecido aponta para a cabeça do explorado o tempo todo.
Parece cômodo trabalhar em casa, sentado na frente de um computador. Mas não é. Ficar com a bunda numa cadeira horas a fio, sem poder levantar, também cansa e pode comprometer seriamente a saúde física, como a das mãos, sempre sujeitas à Ler Dort e dos braços e ombros, na mira da tendinite. Isso sem contar o estressa da carga excessiva de trabalho, que não raro leva ao estresse.
Como regular esse mercado de trabalho? Alguns países já fazem isso, mas no Brasil, onde temos um parlamento negligente , com a maioria de deputados e senadores que só pensam no próprio umbigo , tudo fica mais difícil. Enquanto isso, gigantes como a Meta, o Google e o Tik Tok, lucram horrores com bases de dados preparados por mão de obra qualificada e barata. Me diz um amigo desses dedicados trabalhadores do universo online, que muita gente que opera em horários flexíveis de segunda a sábado para melhorar a inteligência artificial (outra faca de dois gomes), recebem menos do que um salário mínimo. Segurança jurídica no trabalho? Zero.