Restou provado após uma série de depoimentos de testemunhas e de cabeças do movimento golpista no STF que o Brasil escapou por pouco de uma nova ditadura, talvez ainda mais sanguinária do que a implantada pela força das armas em 1964. Ficou claro como água de mina que o ex-presidente Bolsonaro não queria deixar o poder, ao contrário, queria super poder, não para governar o país, mas para dominar uma nação, com as instituições democráticas totalmente aniquiladas. Por tudo o que se ouviu e viu na fase de instrução do gigantesco processo conduzido pelo valente Alexandre de Moraes e pelo Procurador Geral da República , Paulo Gonet, só faltou o sim dos ministros do Exército e da Aeronáutica. Os dois disseram não e o do Exército chegou a ameaçar o então presidente da república de prisão.
Ninguém pode mais ter dúvidas sobre a gravidade do que aconteceu desde a vitória de Lula e a consequente derrota de Bolsonaro nas urnas. Episódios como o quebra-quebra em Brasília até com invasão à sede da Polícia Federal na véspera da diplomação dos eleitos Lula e Alckmin; a ameaça de explosão de uma bomba no aeroporto da capital e o 8 de janeiro, que a democracia brasileira esteve mesmo por um fio. Depois de serem exibidas tantas provas da tentativa de golpe, na qual estava incluído até um plano de assassinato do presidente eleito, do seu vice e do presidente do TSE, o próprio Alexandre de Moraes, o que mais esperar senão a condenação dos cabeças a vários anos de cadeia? Se isso não vier a acontecer, o ovo da serpente continuará sendo galado, para logo ali adiante o Brasil cair de vez no colo do fascismo.
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