O TRF4 afastou temporariamente ontem o juiz Eduardo Appio de sua jurisdição, o que significa  deixá-lo longe da Lava Jato, função que havia assumido há pouco tempo. Appio foi o juiz que decidiu ouvir remotamente o advogado Tacla Duran, que mora atualmente na Espanha. Duran acusa o ex-juiz Sérgio Moro de envolvimento em uma tentativa de extorsão contra ele. O magistrado remeteu o caso ao STF pelo fato do seu ex-colega ter sido eleito Senador e portanto, tem imunidade parlamentar. Deltan Dallagnol também estaria na mira de Appio, ainda mais agora depois de sofrer a cassação do seu mandato de deputado e por conseguinte, ter perdido a prerrogativa de forum. A alegação do desembargador Marcelo Malucelli para pugnar pelo afastamento de Eduardo Appio é que este teria ameaçado o seu filho, só por coincidência genro de Sérgio Moro. Isso ainda vai dar muito pano pra manga.

As torcidas organizadas dos times brasileiros precisam  urgentemente tomar um banho de civilidade. E isso deve se dar dentro do império da lei, com punições severas aos bandidos travestidos de torcedores.  O que aconteceu ontem no Couto Pereira após a derrota do Coritiba para o Atlético Mineiro  não pode ser atribuído apenas à revolta de torcedores com o mau desempenho do time.  Aquilo é ação de criminosos mesmo.  Integrantes  de uma torcida organizada do Coxa tentaram invadir o gramado para agredir os jogadores. Houve confronto com a PM e por pouco não ocorre uma tragédia.  É um velho clichê,  mas não tem como deixar de lembrar que violência só gera mais violência. E coisas desse tipo tem sido recorrentes no futebol brasileiro, exatamente porque nunca houve punição rígida e responsabilização criminal das torcidas organizadas envolvidas em confusões. A Inglaterra não acabou com os hooligans, mas a punição lá foi severa . Os confrontos não acabaram, mas diminuíram muito e passaram a ser controlado pela polícia.

O portal do Jornal do Brasil  revela em reportagem postada hoje (20 de maio)  que o presidente Jair Bolsonaro e seu ministro da Justiça Anderson Torres traçaram um plano para prender Lula, caso a reeleição se desse no primeiro turno, como era a expectativa dos dois. Trechos das conversas entre ambos foram capturados no celular de Torres pela Polícia Federal. Ocorre que o resultado do primeiro turno foi desfavorável a Bolsonaro e a partir daí, a estratégia teria mudado. A prisão ficou em segundo plano porque a prioridade era, a partir de então,  encontrar meios de fraudar a eleição no segundo turno.

A primeira saída encontrada foi armar um plano de bloqueio das rodovias federais pela PRF no dia 30 de outubro, principalmente no Nordeste , com o objetivo de impedir que grande contingente de eleitores  de Lula chegassem aos locais de votação. O plano foi colocado em prática em mais de 500 bloqueios, a maioria na Bahia, principal reduto eleitoral de Lula. E só não logrou êxito porque o TSE foi alertado a tempo e o presidente da corte, ministro Alexandre de Moraes, entrou imediatamente em ação.

PS: Isso nos leva a pensar o que estaria acontecendo hoje em nosso país se Bolsonaro tivesse sido reeleito. De pronto me vem à mente: teríamos com certeza a implantação de uma ditadura sangrenta, com caça às bruxas, em nível mais selvagem do que o golpe de 1964. Diria minha mãe, do alto da sua fé inabalável:  Deus nos deu livramento.

Corre em Brasília a informação de que a Câmara Federal ainda não notificou Deltan Dallagnol sobre a perda do mandato. Motivo: o parlamentar não foi encontrado.O blogueiro Zé Beto lembra que ontem Deltan estava em carro aberto protestando num bloco do “eu sozinho” contra a cassação no entro de Curitiba. Neste sábado ele deverá bradar em frente ao prédio do Ministério Público. Aproveito para acrescentar que o ex-parlamentar pode ser encontrado amanhã na capital paranaense durante a Marcha para Jesus. É possível que ele, além de entoar os hinos evangélicos junto com a massa, tente cantarolar uma conhecida música do baiano Gilberto Gil…”andar com fé eu vou, que a fé não costuma faiá”