A chapa vai esquentar

A bancada bolsonarista na Câmara vem há tempo forçando a barra por uma CPI para investigar a quebradeira de 8 de janeiro. O governo vinha tentando evitar, por entender que o objetivo é mudar a narrativa da tentativa de golpe, cravando no imaginário popular uma infiltração esquerdista que não houve.

Ante da impossibilidade de evitar que a comissão se materializasse, o Planalto decidiu dobrar a aposta. Agora a bancada governista no Congresso trabalhará para provar o envolvimento direto de Jair Bolsonaro no ataque feroz às instituições democráticas. Isso começa a esfriar o ímpeto do bolsonarismo,  que de acordo com alguns colunistas políticos que atuam em Brasília , já ensaia uma espécie de “direita, volver!”. Mas parece ser tarde, porque já está decidido que será uma comissão envolvendo as duas casas (Câmara e Senado). A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito deve mesmo ser instalada.

O jogo segue agora em torno da escalação dos nomes, tanto da situação quanto da oposição. Bolsonaro  quer na linha de frente, parlamentares como seu filho Eduardo, o aliado de todas as horas, Magno Malta. O governo brigará pela presidência  e relatoria da CPMI. E entre os nomes do seu time, escala os senadores Omar Azis e Renan Calheiros e os deputados Lindeberg Farias e Guilherme Boulos. O bicho vai pegar.

Hoje faz 15 anos que o padre Adelir Antônio de Carli sentou numa cadeira acoplada a mil balões de gás, pensando que sairia de Paranaguá e chegaria a Dourados,  a 730 quilômetros de distância. A “aeronave”, que o sacerdote pensou ser um dirigível, tomou a direção errada. Ao invés de ir para o Mato Grosso do Sul foi levada para o Oceano Atlântico. O padre nunca mais apareceu.

A imprensa carioca encarou a vitória do Flamengo ontem pela Libertadores contra o inexpressivo Nublense como dever de casa. E ressaltou que o grande desafio do novo técnico Sampaoli  é contra o Maringá dia 26 no Maracanã pela Copa do Brasil quando o Mengão precisará reverter um placar de 2 a 0. Isso pra nós maringaenses é um orgulho, mas depois do desmonte do time local por conta da janela de transferência nos deixa de orelha em pé. De acordo com matéria do Cláudio Viola na edição de hoje do Jornal do Povo, o Maringá acaba de perder alguns  jogadores fundamentais do seu elenco, três dos quais, titulares absolutos. “  O zagueiro Vilar, o lateral-direito Marcos Vinicius e o volante Matheus Bianqui foram cedidos para o Coritiba e vão disputar a Série A do Brasileiro”, informa Viola.  Outros dois estariam indo para o Goiás e Juventude, respectivamente. Significa que o “Dogão” estará desfigurado para o jogo de volta contra o Flamengo, que não vai querer deixar barato os 2 a 0 que tomou no Willie Davids. A janela de transferência de jogadores de um clube brasileiro pra outro se fecha nesta quinta-feira e a diretoria do Maringá alegou que se não emprestasse os atletas agora perderia a oportunidade de boas negociações.

A Prefeitura culpa a Sanepar pela cratera do cruzamento da Avenida Paraná com a Horácio Racanello. Um engenheiro da companhia esteve no local e não discordou. Mas o fato de informar que o vazamento da adutora começou às 5 da manhã e poucas horas depois o buraco virou cratera, chamou a atenção de  três ex-diretores da regional de Maringá. “O pvc que estourou é de 150mm. O volume de água que vazou seria insuficiente para provocar tamanho estrago em tão pouco tempo. Significa que já havia uma infiltração ali, que fez com a terra cedesse e forçasse o rompimento da tubulação. Então, não se pode culpar a Sanepar por isso”. Faz sentido. Sendo assim, a pergunta que fica é a seguinte:  a  terra cedeu porque a adutora se rompeu ou a adutora se rompeu porque a terra cedeu?”.

A Rede Globo está há mais de um ano fazendo uma “limpa” em seus quadros de funcionários. Começou pelas novelas, demitindo diretores e atores consagrados. Este ano chegou ao departamento de jornalismo, botando repórteres  , narradores e apresentadores consagrados no olho da rua.

O que está acontecendo? A emissora diz que é um enxugamento necessário, devido à situação financeira da rede, que está passando por momentos de transformação. Tem a ver, certamente, com o espaço que a TV aberta vem perdendo para a era streaming e da TV por assinatura? É possível que sim. Mas tem a ver principalmente com a queda de qualidade de seus conteúdos, principalmente jornalísticos, cada vez menos comprometidos com a informação.

Nessa esteira da perda de audiência e de receitas, a Rede Massa, do barulhento Ratinho, começa uma onda de demissões no Paraná. A afiliada do SBT, acaba de demitir 15 profissionais  do seu setor de jornalismo e anuncia que vem mais cortes por aí. Antigamente,   a esse tipo de corte era dado o nome de facão. 

De um amigo que conhece como ninguém os bastidores da política maringaense: “Silvio é imbatível, mas vive um momento profissional tão promissor que dificilmente trocaria sua atual condição pela dor de cabeça de voltar à prefeitura, ainda mais com o irmão Ricardo sempre em seu cangote”.

Nesse caso, quem seria o candidato do clã? Muita gente, inclusive eu, aposta em Flávio Mantovani como o nome da preferência de Ulisses Maia. Mas há quem diga que  Flávio será disputado também por Ricardo, que fica a pé sem o irmão Silvio. E por mais que saiba da força que teria também Homero Marchesi,  não reeleito deputado estadual,  Ricardo teria dificuldade de enquadrá-lo no esquema que ele domina desde sempre.

Do lado do PT, que perdeu qualquer chance de eleger prefeito após o embate ideológico de 2022, vencido aqui pelo bolsonarismo,  o que resta? Nada, a não ser calçar a sandália da humildade e se compor com um nome palatável ao setor progressista da política local e esquecer candidatura própria. Humberto Henrique , que deixou o PT lá atrás, é um nome a ser pensado por quem gostaria de ver no Paço Municipal  a partir de janeiro de 2025 alguém com as credenciais e a biografia dele.

O Tribunal de Contas do Paraná  deve condecorar hoje com o Colar Barão do Serro Azul, o ex-ministro da Ciência e Tecnologia o  agora senador por São Paulo, Marcos Pontes. Nunca é demais lembrar que o astronauta  teve participação direta no processo de desmonte da pesquisa científica  no Brasil durante o governo Bolsonaro. Se não participou dos ataques à ciência, com certeza se omitiu vergonhosamente. Não por acaso foi apelidado do “Tonho da Lua”.