Início Site Página 170

Vem aí um livro bomba

3

Tacla Duran continua tirando o sono de Sérgio Moro e Deltan Dallagnol. Ainda mais agora que o STF cassou a prisão preventiva decretada  pelo desembargador  Malucelli contra o advogado,   que denunciou o envolvimento do ex-juiz da Lava Jato em um caso de extorsão praticada contra ele via  advogado Carlos Zucoloto. Duran, que mora na Espanha, virá ao Brasil na próxima semana para prestar depoimento presencial na 13ª. Vara Federal de Curitiba e certamente confirmar a denúncia que  fez em entrevista ao portal The Intercept e reiterada em recente depoimento remoto ao juiz Eduardo Appio.

A insônia tende a virar pesadelo, porque  em um livro biográfico escrito pela jornalista Hildegard Angel  a ser lançado em maio, o empresário   Emilio Odebrecht escancara a caixa de pandora da República de Curitiba . Ele fala sobre  o esquema de delações premiadas comandado pelo ex-juiz da Operação Lava Jato , acusando a República de Curitiba de intimidações e chantagens contra os delatores. Como diria Tom Zé na Moda do Fim do Mundo, “a porva vai garrá fedê”.

Muito além do policiamento ostensivo

11

As autoridades de segurança estão tomando providências para se antecipar aos criminosos, mas a onda de violência nas escolas continua assustando e ameaçando driblar a vigilância. Foi o que aconteceu, por exemplo, em Floresta esta semana, onde os gritos de uma professora espantou um homem que estava  de moto e com um punhado de facas de fabricação caseira ameaçando invadir a Escola Municipal Messias Barbosa Ferreira.  Em Curitiba, dois estudantes foram flagrados na escola com facas em suas mochilas.

Nesse último caso, como o patrulhamento externo poderia evitar uma tragédia? É preciso muito mais do que policiamento ostensivo para dar um paradeiro nessa onda que tira a paz da sociedade , deixando pais , alunos e professores em pavorosa. Jogar duro contra o discurso de ódio e desarticular as células nazifascistas que estão espalhadas pelo país, é de extrema urgência também.

RB diz a MB quem manda no PP

4

O secretário da Indústria, Comércio e Serviços  do Paraná, Ricardo Barros está de cara com  Marcelo Belinatti. Motivo: o fraco desempenho do PP  em Londrina  nas eleições proporcionais do ano passado. E avisou que não há mais espaço para Belinatti  no partido de agora em diante. Um jornalista londrinense com quem converso sempre, ironizou: “São farinha do mesmo saco mas o Belinatti tá cagando e andando”.

Vai aceitar devolução?

1

A APP Sindicato respirou aliviada quando soube que o Secretário da Educação do primeiro mandato de Ratinho Júnior, Renato Feder, tinha ido embora para São Paulo, onde tornou-se secretário do governador Rodrigo Garcia. E continuou no cargo com Tarcísio de Freitas, apesar da resistência do setor educacional que se pudesse o devolveria ao Paraná. Ratinho pode até querer, mas precisaria combinar com os russos.

 

Nível de rodapé

0

“Respeite  40 anos de mandato”.  Foi isso o que o deputado Márcio Jerry, do  PC do B do Maranhão,  disse à sua colega parlamentar Júlia Zanatta, do PL  de Santa Catarina, quando ela batia boca, em um nível bem rasteiro, com outra parlamentar durante  audiência pública com o ministro Flávio Dino na Comissão de Segurança da Câmara Federal. Claro que Jerry agiu mal ao mandar o recado daquela forma, tentando cochichar no ouvido de Júlia. Mas o que ele falou é audível  e a reação dela só prova que a baixaria e a falta de compostura  contaminou de maneira absurda  a bancada direitista no parlamento brasileiro. 

Na mesma sessão, onde ao invés de questionar  o ministro da Justiça alguns  deputados da  oposição partiram foi para a agressão contra Dino, a deputada Carla Zambelli se superou na grosseria. Ao receber  uma reprimenda de um colega , gritou feito uma desvairada: “Vá tomar no cu!”.

Uma esfinge em processo de desconstrução

3

A grande imprensa se esmerou na construção de um ídolo de pés de barro e agora, pelo constrangimento ou  pela sem-vergonhice, foge do processo da inevitável desconstrução. Uma desconstrução que começou com a “Vaza Jato” e entra em processo acelerado com o recente depoimento de  Rodrigo Tacla Duran, prestado na mesma 13ª. Vara  Federal de Curitiba, onde a Operação Lava Jato teve seus dias e meses de glória. Vamos lembrar que os grandes jornais  (impressos e portais de notícias) dedicaram páginas e mais páginas às delações premiadas ; as redes nacionais de TV ocuparam blocos e blocos  nos seus telejornais com os depoimentos. O JN, por exemplo, fazia uma verdadeira espetaculização das audiências presididas pela esfinge, que graças a tanta exposição, chegou ao Ministério da Justiça do presidente que ajudou a eleger e em 2022, ao Senado da República.  Só que agora, quando surge o depoimento-bomba do ex-advogado da Odebrecht , que disse ter fugido para a Espanha para se livrar de uma extorsão (e da cadeia), o principal noticioso televisivo do país foge da notícia como o diabo foge da cruz e não dá sequer uma lapada.

Show de horrores na Câmara dos Deputados

1

O que aconteceu hoje na Comissão de Segurança da Câmara dos Deputados foi uma vergonha, literalmente um show de horrores. O Ministro da Justiça Flávio Dino, que na semana passada havia respondido com habilidade e boa dose de ironia as provocações dos parlamentares bolsonaristas na Comissão de Justiça , não teve a mesma paciência na tarde dessa terça-feira, convidado que foi para falar sobre a tentativa de  golpe de 8 de janeiro.

Ele perdeu a calma ante verdadeiros insultos feitos por parlamentares bolsonaristas como Carla Zambelli que se valeu de palavrões para agredi-lo. O deputado sargento Fahur, que é de Maringá, também apelou feio, insultando o ministro da Justiça quando este fez, como sempre faz, uma defesa enfática da tese do desarmamento.

Ratinho já coça o coldre

0

Ratinho Júnior tem duas obsessões hoje: no mínimo se eleger Senador pelo Paraná em 2026 e emplacar alguém do seu meio para sucedê-lo no governo do Estado . Com vistas a esse objetivo, que  o saudoso Renato Teylor Negrinho chamava de desiderato, ele articula alianças desde já. O pontapé inicial é a formação de um grupo político, naturalmente liderado pelo próprio , e que tem nomes como os de Rafael Greca, Beto Preto e Alexandre Curi. Segundo assessores  próximos, Júnior acha que o principal adversário que terá mais à frente atende pelo nome de Sérgio Moro. Porém,  há no time do atual governador, alguém que acredita que o ex-juiz da Lava Jato tende a ficar tão encalacrado que acabará vendo sua popularidade virar pó. Ainda que seja somente pó de tapataio.

Complexo de Cassandra

0

Editorial da Gazeta do Povo, que tem entre seus colunistas Rodrigo Constantino (só por isso não merece respeito) , projeta o pior dos mundos para o governo Lula. Ao analisar os 100 dias do presidente eleito em outubro,  o porta-voz da direita paranaense  diz que “foram 100 dias perdidos”.  Com base nessa profecia de Casandra, o “jornal naftalina”,  projeta  um cenário de terra arrasada para o  ano de 2026.

O poder que o PODER tem de transformar as pessoas

0

Num momento em que a sociedade intensifica o combate ao machismo, que leva à prática da misoginia, a Câmara Municipal de Maringá decide mudar o nome de um espaço público para homenagear um ex-vereador, que segundo  o Fórum Maringaense de Mulheres, cultivava esses valores que hoje são repudiados. O homenageado pelo projeto de lei é o ex-vereador Luizinho Gari, que faleceu em  2021. Ele chegou a ser preso e sofreu pedido de cassação do seu mandato por agressão à sua ex-companheira.

Três vereadores querem homenagear Gari, dando o nome dele no Parque Linear Rio Samambaia.  O projeto já foi aprovado com o voto contra dos vereadores Mário Verri, Sidnei Telles e Ana Lúcia Rodrigues, que agora lutam para que o prefeito Ulisses Maia não o sancione. Só lembrando, até por questão de justiça, que Luizinho Gari se elegeu vereador em uma campanha feita literalmente na sola do sapato e com o apoio dos seus colegas coletores de lixo, em 2012.

Uma vez eleito, virou autoridade e segundo alguns amigos, ficou meio de nariz empinado e começou a fugir da sua origem humilde, inclusive se indispondo com ex-colegas de trabalho . Luizinho rodava a cidade com um serviço de som na sua moto, onde tocava o seu jingle de campanha, que compus pra ele, a pedido de um amigo comum, que arregaçou as mangas para ajudar a elegê-lo  primeiro vereador gari da história da Câmara Municipal de Maringá. Quando li a notícia da agressão por ele cometida contra a ex-esposa  me solidarizei com ela e lamentei profundamente  a distorção que o poder tinha provocado na cabeça daquele jovem batalhador, que antes de sair vitorioso das urnas, ganhava a vida correndo atrás de um caminhão coletor de lixo.