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Será que a Glorinha daria jeito?

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Corre nos bastidores do Congresso que o senador Sérgio Moro já fez várias sessões de fonoaudiologia para melhorar sua precária dicção, mas parece que não está adiantando muito. Sua oratória continua sofrível e só flui um pouco melhor quando ele parte para o juridiquês. No mais, dá-lhe lugar comum e tropeços no vernáculo. Com relação à empatia, e também à simpatia,  aí a coisa é mais complicada ainda. Há quem diga que nem Glorinha Beuttenmüller daria jeito.

Por falar em Moro, ele está de olho em 2026. Sabe que não dá pra sonhar com o Palácio do Planalto, mas com o Iguaçu, dá. E ele sonha, já olhando para o parceiro Deltan Dallagnol com quem poderia criar uma nova “República de Curitiba”. O União Brasil faz todo gosto numa eventual dobradinha Batman e Robin.

Moiô

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O PP  articulava uma  federação com o União Brasil, dono da terceira maior bancada na Câmara Federal. Como diria o Denilsou, “moiô”. Não está claro os porquês, o que se sabe é que o cacique do Partido Progressista (de progressista mesmo só tem o nome), senador Ciro Nogueira , não  pretendia ter sombra no seu espectro partidário. O maringaense Ricardo Barros, um dos líderes pepistas , deve ter respirado aliviado. Isso pela simples razão  que dessa forma não precisará sentar-se à mesma mesa que Fernando Francischini..

O triste fim de um grande partido

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O Patriotas articulava uma federação com o PTB, mas enfim percebeu que o Partido Trabalhista Brasileiro já morreu , mas se esqueceu de deitar. Aquele partido influente criado por Getúlio Vargas e que em 1979 o general Golbery do Couto e Silva impediu que fosse parar nas mãos de Leonel Brizola, está dando seus últimos suspiros. Foi para a UTI com um quadro de septicemia , provocado por Roberto Jefferson, aquele escroque que recebeu policiais federais à bala, após longo período jogando fezes pela boca. Getúlio não merecia isso.

Justiça pune Sanepar por falta d´água em Maringá

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Passados  sete anos, saiu finalmente a sentença, divulgada pelo Ministério Público, autor da ação  civil pública contra a Sanepar por danos morais coletivos. Os danos foram  causados à população de Maringá pela falta de água potável no município  entre 12 e 21 de janeiro de 2016. A interrupção no fornecimento de água teria ocorrido devido às fortes chuvas que provocaram inundação na casa de máquinas da captação no  Pirapó, provocando avaria em um dos motores que puxam a água do rio para a estação de tratamento na Avenida Pedro Taques.

A Promotoria de Justiça alegou que, durante a interrupção do serviço, a concessionária veiculou informes que davam conta do reestabelecimento da  distribuição em prazos que não foram cumpridos. O MP considerou que faltou à concessionária capacidade técnica para prevenir o problema, previsível no entendimento do promotor do caso. 

Além da reparação de danos coletivos, o juiz da 2ª. Vara da Fazenda Pública determinou  que a estatal conceda desconto mensal de 50% na conta de todos os consumidores que mantinham contrato com a empresa na época, até o limite de R$ 5 mil. Lembrando que a decisão é de primeiro grau e que naturalmente a Sanepar vai recorrer. É pois, lícito supor que a sentença tenha um importante caráter pedagógico. Os valores a serem pagos pela empresa a título de danos morais coletivos deverão ser destinados ao Fundo Municipal do Meio Ambiente (Fundema).

Vem na sexta

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Lula desembarca sexta-feira no Paraná pela primeira vez desde que subiu a rampa do Palácio do Planalto em 1o. de janeiro. Vem para prestigiar a posse do maringaense Ênio Verri na diretoria geral da Itaipu Binacional.

O Maracanã por testemunha

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A Igreja Universal do bispo Edir Macedo amealhou R$ 33 bilhões em doações bancárias entre janeiro de 2011 e julho de 2015. Em valores corrigidos, isso daria R$ 42 bilhões. O bispo não contesta a picaretagem, que foi denunciada pelo Ministério Público de São Paulo e publicada em reportagem de Gilberto Nascimento no portal The Intercept Brasil. Os dados foram obtidos pelo MPSP após quebra de sigilo bancário da Universal. Macedo ficou furibundo com a matéria de Gilberto e o acionou na justiça para declinar  a fonte, embora não tivesse como negar as cifras astronômicas arrecadadas junto aos fiéis.

Lendo esta matéria no The Intecpet, que a revista Carta Capital repercutiu, lembrei daquele programa jornalístico da Rede Manchete, chamado Documento Especial. Um dos programas mostrou um encontro evangélico da Universal no Estádio do Maracanã e ao final, vários seguranças da igreja entrando no túnel do estádio com sacos de dinheiro nas costas. Anos depois Edir Macedo comprou a Rede Record de  Televisão e tornou-se um dos homens mais ricos do Brasil.

Chapa quente

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A chapa na bancada paranaense está quente em Brasília. Os deputados Beto Richa e Deltan Dallagnou andam se estranhando. Beto, com o coração até aqui de mágoa, disse em entrevista a veículos de comunicação do Estado que  o ex-procurador utilizou de narrativas criminosas contra ele e o PSDB, como forma de minimizar eventuais efeitos dos ataques desferidos por Dallagnol contra o PT.  O ex-procurador da Lava-Jato não deixou por menos: “ Continuarei defendendo a investigação e punição de crimes sempre que forem comprovados. Não importa se eles ocorrem nas ruas ou nos palácios, lugar de bandido é, sim, na cadeia”.  A tréplica veio no rastro da fumaça da pólvora: “O senhor  já foi condenado pelo TCU e pelo Conselho Nacional do Ministério Público. Não venha dizer que não constrói narrativas criminosas em alvos escolhos. E tudo para ganhar espalho político de quem atinge”.

Zanin, Moro e a metáfora da criança cagada

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Lula deve indicar para a vaga do ministro Ricardo  Lewandowski   no STF o advogado Cristiano Zanin, que atuou em sua defesa  desde o início da Lava Jato. Gostemos ou não,  Zanin mostrou competência e  saber jurídico no correr do processo. Lewandowski se aposenta este ano e se a indicação de Zanin acontecer, o advogado terá que passar pela sabatina do Senado. E é aí que surge a grande expectativa de quem acompanha o noticiário político. Como será o comportamento do senador Sérgio Moro,  que mais do que magistrado, foi algoz  do ex-presidente na condução da Operação Lava Jato?

Todo mundo sabe que  Merval Pereira , porta voz da família Marinho, foi um dos jornalistas que mais criticou Lula enquanto o mesmo esteve preso na sede da PF de Curitiba, em decorrência de sentença exarada pelo juiz da 13a. Vara Federal da capital paranaense. O agora presidente da Academia Brasileira de Letras faz coro aos que acusam Moro da prática de  lawfare, ao mesmo tempo em que sapeca: “A indicação de Zanin para o STF será a vitória final de Lula sobre Sérgio Moro”. Um amigo espirituoso ironizou: “Sou capaz de apostar que durante a sabatina de Zanin, Moro vai ficar o tempo todo com cara de criança cagada”.

O samba da reconciliação

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Li no blog do Cláudio Osti os motivos que levaram Paulinho da Viola a compor um dos melhores e mais executados sambas da história da MPB. O texto  do compositor Edson Ferracini é imperdível, principalmente para os apreciadores da música de qualidade e fãs do grande poeta carioca. Conta Ferracini que “Foi um rio que passou na minha vida”  soou como uma forma que Paulinho da Viola encontrou de se reconciliar com a sua escola do coração, a Portela. Isso depois que um amigo da onça inscreveu no Festival da Record o samba “Sei lá Mangeira”, que Paulinho havia feito na juventude, despretensiosamente. O samba foi um sucesso estrondoso na voz de Elza Soares e o mesmo amigo da onça tratou de envenenar a nação portelense contra Paulinho.

Para provar que não traiu a sua escola do coração,  o poeta de Madureira escreveu: “Não posso definir aquele azul, não era do céu, não era do mar…foi um rio que passou na minha vida e que meu coração se deixou levar”. O samba de reconciliação , principalmente com a velha guarda da Portela, foi uma espécie de plataforma de lançamento, que ejetou Paulino da Viola para aquilo que meu amigo Frambel de Carvalho chamaria de “píncaros da glória”.

A picanha sobe o morro

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Eis a questão. Quando Lula falava da possibilidade do povo comer churrasquinho de picanha, claro que ele se referia ao combate à fome e à volta do pobre aos açougues, não para entrar na fila do osso mas para comprar carne, de segunda que fosse. Picanha era apenas uma metáfora, mas com o anúncio do IBGE de que esta carne nobre baixou de preço, passo a acreditar que a metáfora se fez picanha e a picanha sobe o morro para virar churrasco na lage.