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Democracia pressupõe civilidade

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A população tem todo o direito (e deve) se manifestar contra o que considera abuso de poder na gestão pública, principalmente contra seus representantes mais diretos, no caso os vereadores. A democracia comporta e até recomenda cobranças duras , quando o interesse coletivo está em jogo. Mas o que aconteceu hoje na Câmara Municipal  de Maringá não foi simplesmente um protesto, mas uma manifestação de intolerância e violência, bem ao estilo do que temos visto nas últimas cinco semanas em todo o país.

Não vejo relevância na polêmica sobre o aumento do número de cadeiras no legislativo maringaense, mas acho que os vereadores extrapolaram um pouco, incluindo no mesmo projeto aumento salarial para eles próprios com índices muito acima do razoável. Para aumentar a irritação dos manifestantes, incluíram dois penduricalhos, injustificáveis sob qualquer ponto de vista.

Ora, vamos combinar que 13º  e férias remuneradas para vereador é um pouco demais. Defendo que o vereador deve ter um bom salário, compatível com o peso da função e com o trabalho que ele é impingido a realizar durante o mandato. Se bem que faço novamente a ressalva: tem vereador que merece cada centavo que o erário lhe paga, mas tem vereador que se pagar para exercer o mandato acaba sendo caro para a sociedade. Bom senso, caldo de galinha e espírito público não fazem mal a ninguém.

“Sangue novo”

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Tá combinado:  Ademar Traiano (PSD) será novamente candidato à presidência da Assembleia Legislativa do Paraná, com nova reeleição praticamente definida. Ele irá para o seu quinto mandado à frente da Alep. Isso é que é longevidade , o resto é conversa pra Aníbal Koury dormir… em paz.

Livre pensar…

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Sempre houve muita besteira no mundo. Mas, no momento em que a tecnologia  da comunicação se juntou com o enrolo ideológico, as besteiras se tornaram mais amplas e sinistras.

. Milôr Fernandes

Não à privatização do HU

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O HU tem uma gestão de excelência e além dos relevantes  serviços que presta à população regional , funciona também como um centro de qualificação profissional, um hospital escola na verdadeira acepção da palavra. Não só por isso, mas também por isso, tornou-se uma referência na macro-região Noroeste do Paraná. Privatizá-lo é um crime de lesa pátria.

Nada mais que um detalhe

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O governador Ratinho Júnior indicou para ocupar a vaga de Nestor Batista no Tribunal de Contas do Paraná, o ex-deputado estadual e ex-prefeito de Ponta Grossa, Augustinho Zuchi. Problema? Nenhum. Apenas lembrar que Zuchi esteve envolvido no escândalo dos Diários Secretos da Alep e teve condenação pecuniária por contratar uma funcionária fantasma. Mas isso é apenas um detalhe. Certo?

Porque Castillo deu com os burros n´água

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Castillo tentou um autogolpe e levou um golpe do Peru, comandado por ninguém menos que a filha do ex-ditador Alberto Fujimori.

É estranha a forma  como a imprensa brasileira está tratando a questão peruana. Trata de  um ângulo só, o ângulo que lhe interessa e interessa às elites nacionais, que de maneira sub-reptícia aproveita o mote para reoxigenar o debate escroto sobre o Foro de São Paulo.

Na verdade, Castillo não conseguiu pacificar o país, que vem de conflitos políticos e sociais muito graves, principalmente após a promulgação da Constituição de 1993, que tornou urgente a criação de um novo contrato social em que prevalecesse os interesses do povo e não de grupos. Isso não foi feito e a crise interna só se agravou.

Pedro Castilho foi eleito com a perspectiva de mudar o quadro, assumindo o protagonismo na formulação do pacto. Mas fracassou. E em fracassando, desandou a maionese. E ao desandar a maionese, ficou sem respaldo político , foi impichado e tentou dar um autogolpe. Acabou preso.

As acusações contra o governo de tão curta duração é de corrupção, porque é sempre pela via da corrupção que as crises de credibilidade do governante se instala. Mas no caso peruano, some-se a isto, a questão ideológica, que apressados analistas brasileiros já trataram de fazer contextualizações descabidas.

Só uma informação básica e fundamental, que o noticiário da mídia brasileira vem omitindo : o processo de impeachment foi comandado pela líder da oposição, a direitista Keiko Fujimori (filha do ditador Alberto) , que perdeu as a eleição presidencial para Castillo em 2021.

As voltas que o mundo dá…

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Agora é o PL, partido de Bolsonaro, que quer tirar vaga de Sérgio Moro no Senado. O presidente do Partido Liberal, Valdemar da Costa Neto, entrou com pedido no TSE para que a Justiça Eleitoral declare o ex-juiz inelegível, por causa de supostas irregularidades nos seus gastos e doações de campanha.

O objetivo do PL é o de abrir espaço para Paulo Martins, segundo colocado na eleição de senador. Vários juristas tem dito que em caso de impedimento de Moro (já recomendado pelo TRE) haverá nova eleição no Paraná. Acho difícil Martins vencer Álvaro Dias, que foi o terceiro colocado. Pela simples razão de que dessa vez ele não teria o presidente Jair Bolsonaro para carregá-lo nas costas.

Só lembrando que Moro foi usado como talismã por Bolsonaro no segundo turno para tentar derrotar Lula. Nos debates da Band e da Globo, o candidato à reeleição e o presidente do seu partido, Costa Neto, eram só afagos com Sérgio Moro, então já eleito senador.

Assunto de lana-caprina

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Sempre que surge uma discussão sobre salários de vereadores ou aumento de cadeiras na Câmara , a sociedade torce o nariz para o poder legislativo municipal e trava uma discussão, ao meu ver,  irrelevante. Irrelevante e danosa, porque deixa de focar na qualidade para debater a quantidade de vereadores que a cidade possui.

Só lembrando que até 18 anos atrás  Maringá tinha 21 vereadores e mesmo com a população crescendo bastante, o plenário da Câmara encolheu em termos numéricos. Hoje são 15. Discute-se a possibilidade de elevar para 23, só 2 a mais do tinha no período 1983/2004.

O assunto é polêmico? É. Mas há muita sangria desatada em torno dele. O que o eleitorado precisa discutir, e pensar nisso para as próximas eleições, é a qualidade dos vereadores que elege. O resto é bobagem, tem a mesma relevância da discussão sobre a compra de palito de dentes para o banquete. A propósito, me vem à mente o que grandes advogados como Horácio Racanello , Adriano Valente e Mário Clapier Urbinatti definiam como discussão sem importância: “É assunto de lana-caprina”.

Será o fim da “farra do boi”? Não creio

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O STF começa a julgar hoje a ação de  inconstitucionalidade do orçamento secreto. Prevendo que a maioria dos ministros deve acabar definitivamente com a  “farra do boi”, deputados do centrão, Arthur Lira à frente, realizam manobras prévias para dar legalidade e esta imoralidade.

Eu sempre achei que a emenda parlamentar, que tem amparo legal, já é uma distorção  do papel do Congresso Nacional, pois transforma deputados em despachantes, imagine a emenda do relator. Esta, viabilizada por um orçamento próprio, que além de próprio é secreto, é de uma excrescência sem tamanho.

São mecanismos como esses que formam (e consolidam) currais eleitorais, que garantem indefinidamente reeleições de deputados que só pensam no próprio umbigo. Por óbvio, acabam impedindo a abertura de espaços para o surgimento de lideranças políticas que tenham, de fato, comprometimento com o interesse público.

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Por meio do tapetão

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O Tribunal Superior Eleitoral decidiu hoje, por unanimidade, manter a inelegibilidade do ex-prefeito de Ponta Grossa Jocelito Canto. Assim, Beto Richa torna-se deputado , sem a vulnerabilidade da suplência. Claro, Beto comemora, mas pensando bem não é uma boa credencial alguém que já foi prefeito de Curitiba e governador do Paraná duas vezes, precisar do tapetão para chegar à Câmara Federal.