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Uma reflexão necessária

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Existem dois tipos de guerra: a que sangra e mata e a que mata sem violência física, mas com a destruição de reputações. E o curioso é que os que fomentam essa última e se colocam na linha de frente para ficar na história como heróis acabam não levando os benefícios que acharam ter conquistado. Quem ganha são os oportunistas, que surfam sobre o caos e pousam como salvadores da pátria, como os seres que vão resgatar a autoestima e a dignidade de um povo destroçado pela crise previamente fabricada.

Quem faz esta importante reflexão, é o ex-deputado José Genoíno, que foi preso e torturado na ditadura militar e na democracia, foi enxovalhado (e também preso) pela máquina de moer biografias, acionada pelo que se convencionou chamar de mensalão, engendrado   a partir de uma delação premiada do desqualificado Roberto Jeferson. Para Genuíno, o objetivo inicial era evitar a consolidação no poder de um projeto político voltado a pautas sociais e à inclusão dos pobres no orçamento da União.

Não satisfeitos por não terem quebrado as pernas do líder desse projeto na época, deram um jeito de tirar Lula de cena anos depois com a Lava Jato, cujos atores estão agora às voltas com cassação de mandatos e na mira da Justiça, a mesma que encarnavam naquele momento de espetacularização do lawfare. Não conseguiram, porque mesmo engaiolando Lula por 580 dias , ele acabou voltando para o seu terceiro mandado na presidência da república. Desse processo fica a lição de que a esquerda ainda não parece ter aprendido: a sanha golpista continua ativa  e ameaçando a democracia brasileira, dia sim e dia também. É preciso reagir aos espasmos bolsonaristas com inteligência.

O que é um poeta?

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Um poeta é só isto: um certo modo de ver. O diabo é que, de tanto ver, a gente banaliza o olhar. Vê não-vendo. Experimente ver pela primeira vez o que você vê todo dia, sem ver. Parece fácil, mas não é. O que nos cerca, o que nos é familiar, já não desperta curiosidade. O campo visual da nossa rotina é como um vazio.

. Otto Lara Resende

Nunes Marques vem aí

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O ministro do STF Nunes Marques , indicado por Bolsonaro, deve receber o título de cidadão honorário do Paraná. Depois de tirar a tornozeleira de um dos maiores bicheiros do Rio de Janeiro, ele poderá se deparar aqui com uma enorme fila de “pombos-correio’ querendo se livrar do adereço eletrônico.

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As instituições brasileiras reagem

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Elon Musk, o míster da X, anda metendo os pés pelas mãos e suas leviandades contra a mais alta corte de justiça do Brasil pode lhe custar uma grana arretada. A Defensoria Pública da União entrou com ação judicial pedindo  R$ 1 bilhão de danos morais, por ele ter atentado contra a democracia brasileira.  Talvez um bi nem faça cócegas no seu bolso, mas será um belo recado para a ultradireita brasileira que anda tendo orgasmo com a briga do bilionário com o ministro Alexandre Moraes.

Que a língua de porco volte à feijoada…

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O jornalista  e compositor Carlos Castelo, que se diz mais ortodoxo do que elixir paregórico, traz à discussão, em artigo publicado no Estadão , um tema relevante: o desaparecimento da língua de porco da feijoada. “ Nunca concordarei com a ideia de uma feijoada incompleta. Ou vem com todos os componentes, ou é tão somente uma porcada”, diz Castelo, que se apega a um infalível argumento médico-cientifico para embasar seu protesto: “A língua de porco é rica em zinco, ferro, colina e vitamina B12. Esses nutrientes são importantes para o sistema imunológico, função cerebral e ajudam na produção de células vermelhas do sangue. Para as grávidas, a língua de porco é ainda mais benéfica devido aos altos níveis de folato, que podem ajudar a prevenir defeitos fetais. Eu sei, ela contém bastante colesterol, mas não se come feijoada todos os dias “.

Não tem como discordar de Castelo, que faz um alerta: “ Se ninguém se mexer, quem vai acabar deglutindo culturalmente o feijão gordo pátrio serão os forasteiros. E para o nosso só restarão as linguiças da Calábria. Pobres das grávidas sem o seu folato…”.

A criminalização que se torna criminosa

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Colocar o dependente químico no mesmo balaio do traficante, é não querer resolver o problema do tráfico no Brasil. A decisão de ontem no Senado, que certamente será confirmada pela Câmara, é um acinte à sociedade, da mesma forma que foi um acinte a proibição da saidinha, do jeito que foi feito. O que  a maioria dos congressistas, formada pelo centro, centro direita e direita quer? Quer alimentar ainda mais o crime organizado?

A PEC da criminalização da dependência química certamente agravará o problema da superlotação carcerária e fornecerá matéria prima abundante para  as facções criminosas. As cadeias estarão ainda mais lotadas com jovens viciados, que não tiveram chance de ser acolhidos por programas de recuperação. E por outro lado, os sentenciados em fase de progressão de pena vêm suprimidas as suas chances de ressocialização. Invés de apagar as chamas da criminalidade no Brasil, deputados e senadores estão é jogando gasolina.

Crônica da longevidade

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Tive pensando cá com meus botões:

Quando eu tiver 80 anos vou fazer traquinagem

Vou desobedecer os rituais da celebração

E não ajoelhar na missa, muito menos beijar a mão do bispo

Vou mijar atras do poste e a assobiar pra cabrita

Com 81, quero ficar corajoso e xingar os chatos

Quero mandar o oficial de justiça catar coquinho

Quero paquerar a gostosona  na frente da minha véia

Quero furar a fila e dizer “daqui não saio, daqui ninguém me tira”

Com 82 quero lembrar e repetir coisas que fiz aos 10

Que venha 83,84,85,86,87,88, 90

Não, não quero chegar aos 100

Porque se chegar ninguém me aguenta

Nem eu mesmo

Tal pai tal filho? Antes fosse

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O amigo Cláudio Osti lembra em seu blog Paçoca com Cebola, que José Richa foi um dos grandes líderes da oposição ao regime militar e um destacado defensor das Diretas Já. Deve estar se mexendo no túmulo com o assanhamento do seu filho Beto para embarcar de mala e cuia no bolsonarismo. Isso prova que não é verdade que “filho de peixe, peixinho é”. Menos verdade ainda é a máxima de que “a fruta não cai longe do pé”.

A volta do cipó…

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Os membros da falecida “República de Curitiba” andam tão em baixa, que segundo a colunista Mônica Bérgamo, da Folha de São Paulo, o hostilizado dessa semana dentro de um avião foi o ex-procurador da Lava Jato, Carlos Fernando dos Santos Lima. Ele foi reconhecido em voo da Gol por um passageiro que chegou próximo da sua poltrona, tampou o nariz e exclamou: “Nossa, que cheiro de enxofre”. Ao lado de Moro e Dallagnoll, Fernando teria sido o procurador que mais se empenhou para produzir provas contra o ex-presidente Lula, cuja maioria era falsa como ficou provado na Operação Spoofing

Xeque mate no X

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Vem aí BlueSky, a plataforma que vai desbancar o X do ultradireitista Elon Musk, que por ter tanto dinheiro, acha que pode afrontar a soberania de um país.