O jornalista Fernando Rodrigues, com quem trabalhei na RPC em passado não muito distante, escreveu um artigo sobre o governador Ratinho Júnior, que é tão preciso como um retrato de ponto grande. Tão bom que decidi publicá-lo aqui na íntegra
“No silêncio dos próprios pensamentos, o governador Ratinho Jr deve ter pensado em ir aos debates, enfrentar e fulminar o mais importante político paranaense deste período democrático, Roberto Requião. Chance perfeita pra acabar com as narrativas de que ele, Júnior, existe apenas pelo nome do pai e com as ideias dos outros.
Mas as práticas da velha política acabaram colocando os pés de Ratinho Jr em segurança no chão do Palácio Iguaçu e ele não vai debater.
Não sendo engenheiro como Beto, nem advogado e jornalista como Roberto, Carlos sempre teve que enfrentar desconfianças sobre capacidades intelectuais, acabando diante do espelho onde aparece a imagem do pai.
Ratinho, o apresentador, virou nome importante da Tv e empresário de sucesso quando assumiu o talento de comunicador popular com jeito de palhaço, abandonando a inspiração do policialesco Cadeia.
Júnior, desde o começo, seguiu o caminho traçado pelo pai na mídia e na política. Com o empurrão do bolsonarismo, venceu em 2018 e, agora, tenta repetir a proeza com a falsa imagem de renovação que a biografia não deixa.
Debater, responder, atacar, vencer! Aí, sim, deixando Requião na lona seria possível usar um novo cinturão.
Sem riscos, Júnior é favorito pra ser reeleito e assumir de vez o figurino de Coronel Ratinho, o Velho…”
Tal pai, tal filho, não são homens e sim ratos.