Num momento em que a sociedade intensifica o combate ao machismo, que leva à prática da misoginia, a Câmara Municipal de Maringá decide mudar o nome de um espaço público para homenagear um ex-vereador, que segundo o Fórum Maringaense de Mulheres, cultivava esses valores que hoje são repudiados. O homenageado pelo projeto de lei é o ex-vereador Luizinho Gari, que faleceu em 2021. Ele chegou a ser preso e sofreu pedido de cassação do seu mandato por agressão à sua ex-companheira.
Três vereadores querem homenagear Gari, dando o nome dele no Parque Linear Rio Samambaia. O projeto já foi aprovado com o voto contra dos vereadores Mário Verri, Sidnei Telles e Ana Lúcia Rodrigues, que agora lutam para que o prefeito Ulisses Maia não o sancione. Só lembrando, até por questão de justiça, que Luizinho Gari se elegeu vereador em uma campanha feita literalmente na sola do sapato e com o apoio dos seus colegas coletores de lixo, em 2012.
Uma vez eleito, virou autoridade e segundo alguns amigos, ficou meio de nariz empinado e começou a fugir da sua origem humilde, inclusive se indispondo com ex-colegas de trabalho . Luizinho rodava a cidade com um serviço de som na sua moto, onde tocava o seu jingle de campanha, que compus pra ele, a pedido de um amigo comum, que arregaçou as mangas para ajudar a elegê-lo primeiro vereador gari da história da Câmara Municipal de Maringá. Quando li a notícia da agressão por ele cometida contra a ex-esposa me solidarizei com ela e lamentei profundamente a distorção que o poder tinha provocado na cabeça daquele jovem batalhador, que antes de sair vitorioso das urnas, ganhava a vida correndo atrás de um caminhão coletor de lixo.