Assim é a política

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Sempre ouvi dizer que no primeiro ano de administração o prefeito trabalha para colocar as contas da Prefeitura em dia, lançando políticas agressivas de recebimento de impostos municipais atrasados. Arrumada a casa, parte no segundo ano para projetar obras. No terceiro, é a hora e a vez do marketing sobre o que vem pela frente, já com o pontapé inicial nas obras projetadas . No quarto ano de mandato , dá-lhe obra, dá-lhe marketing e dá-lhe andanças pela cidade , porque a eleição é logo ali.

Reeleito, o prefeito se acomoda um pouco, leva a gestão em banho maria, até se aproximar a disputa pela sua sucessão. Você poderia dizer: mas em não sendo mais candidato, que interesses movem um prefeito em fim de mandato? Simples: a carreira política é como um faroeste em CinemaScope: o cavalo corre, corre e o espectador não o perde de vista porque tem muito mais tela.

No caso específico de Ulisses Maia, ele desembestou a fazer obras importantes só agora no final dos seu segundo mandato, porque dessa forma conseguirá cravar no imaginário popular o seu espírito empreendedor, de prefeito tocador de obras, porque vamos combinar, na gestão municipal, o que fica na cabeça do eleitor é a obra física. Some-se a isso, o fato de que é importante para os próximos passos dele, Ulisses fazer o sucessor. Parece paradoxal, e é mesmo, mas fazer um sucessor de pouca expressão política reforça , e muito, o cacife do prefeito para o embate eleitoral seguinte. Guardadas as devidas proporções, eleger seu vice Edson Scabora, seria para Ulisses uma vitória com V grandão, como foi para Lula fazer de Dilma, presidente da república.

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