O jornalismo do Paraná e do Brasil está de luto. Luiz Geraldo Mazza, que a exemplo de Paulo Leminski tornou-se uma referência do Paraná no campo das letras, nos deixou ontem aos 93 anos. Tive o privilégio de conhecê-lo pessoalmente e até de privar da sua amizade. Sempre que eu ia a Curitiba conseguia ter um dedo de prosa com Mazza, que deu a honra, a mim e ao meu amigo-irmão Moscardi, de escrever regularmente para a revista POIS É, que editamos juntos e marcou época em Maringá.
Mazza tinha um texto cortante, desses que, como diria o grande Belchior, “cortava a carne de vocês”. Durante anos escrevendo diariamente para a Folha de Londrina, Mazza era leitura obrigatória no grande jornal do seu João Milanez , como era para os leitores da nossa POIS É. Não tinha quem não conhecesse e reverenciasse Luíz Geraldo Mazza na Boca Maldita de Curitiba. Os políticos nutriam por ele um misto de medo e respeito, porque Mazza não passava pano pra nada e nem pra ninguém . Mas era de uma generosidade do tamanho da Rua das Flores.
O conheci quando trabalhei como editor da TV Cultura de Maringá e fui algumas vezes cobrir férias no Canal 12, em Curitiba, onde Mazza foi editor-chefe do jornalismo. Apesar da pouca convivência profissional que tive com ele na Rede Paranaense de Televisão, Mazza foi pra mim uma escola. O coloco na lista de meus grandes professores de jornalismo, ao lado de Rubens Ávila e Jota Oliveira. Que Deus o tenha em bom lugar, Luiz Geraldo, que carinhosamente alguns amigos chamavam de “Mazza louco”.
Belo texto! Define, primorosamente, o legado do grande Mazza!
Vamos sentir falta da voz rouca que revelava os detalhes dos fatos sociais.