A falta de educação política é que conduz e reconduz maus governantes ao poder. O ódio e a distorção da realidade são frutos não de outra coisa, mas da falta de informação e de formação política das pessoas, independente do nível cultural e de escolaridade que elas tenham. Não digo política partidária, refiro-me à política da boa convivência comunitária, do exercício crítico da plena cidadania. Passa pela capacidade do eleitor distinguir alho de bugalho.
Claro que não é tão simples assim, mas existem caminhos, que podem começar a ser trilhados, por exemplo, através da escola, das igrejas, das associações de bairros e dos meios de comunicação tradicional (rádio e televisão principalmente), que convenhamos, estão cada vez mais distantes do seu verdadeiro papel social.
Dados da FAO indicam que o Planeta produz alimento para 12 bilhões de bocas. O mundo tem 8 bilhões e cerca de 900 milhões passam fome. O que falta, produzir mais? Claro que não, falta humanidade na distribuição do que se produz. O Brasil é parte dessa tragédia, mesmo sendo , como se orgulha o agronegócio, o celeiro do mundo.
“Lula 3 encerra o primeiro ano sem cumprir a promessa de unir o país”. Esse é o destaque da edição de hoje da Gazeta do Povo, porta-voz da direita paranaense e jornal que cheira a naftalina. O que pretendia um veículo de comunicação que potencializa sistematicamente o ódio ideológico, através de colunistas como Rodrigo Constantino e Alexandre Garcia?
Segunda-feira completa um ano que Lula rejeitou de pronto a sugestão de uma GLO para conter os ataques às sedes dos três poderes. Naturalmente com base em uma obviedade: se fizesse isso, entregaria o poder ao Forte Apache para que os generais contivessem a multidão ensandecida que quebrava tudo no Palácio do Planalto, no Congresso Nacional e no Supremo. Lula avaliou imediatamente que se assinasse o decreto de Garantia da Lei e da Ordem, o comando do país escaparia das suas mãos e cairia nas mãos de generais, a maioria bolsonarista.
Seria dar de bandeja a arma que o ex-presidente Jair Bolsonaro queria para sacramentar o golpe de estado e voltar ao cargo que perdeu nas urnas. Voltaria babando, para promover o banho de sangue que sempre sonhou dar. Basta lembrar uma entrevista que ele concedeu a um canal de televisão quando ainda era deputado, quando manifestou desejo de promover uma guerra civil no país e matar pelo menos 30 mil pessoas, a começar pelo então presidente Fernando Henrique Cardoso.
Se assinasse a GLO naquele momento, Lula poderia ser abatido ainda quando taxiava para seu governo levantar voo. Esse fato, revelado agora pelo próprio Lula, mostra porque ele é, incontestavelmente, um dos maiores líderes e estrategistas políticos da história da nossa república.
Muitos hão de achar que Getúlio Vargas é insuperável. Mas vamos lembrar que Getúlio não suportou a pressão liderada por Carlos Lacerda para que ele renunciasse e meteu uma bala no próprio peito, saindo da vida para entrar na história. Lula não se quedou ao dublê de Lacerda e chaveiro de Donald Trump, Jair Messias. Não mordeu a isca, como sugeriram seus próprios aliados, inclusive o ministro Flávio Dino, que achou num primeiro momento, ser a GLO saída única para aquele caos institucional.
Passado exatamente um ano e com base em tudo o que a Polícia Federal levantou e já foi divulgado, a gente chega à seguinte conclusão: a vitória de Luís Inácio Lula da Silva foi a vitória da Democracia, que não significou a abertura da porta do paraíso, mas com toda certeza, significou o fechamento da porta do inferno.
Brasília (DF), 08.01.2023 – Manifestantes golpistas invadem o Congresso Nacional, STF e Palácio do Planalto. Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
Tivesse Bolsonaro logrado êxito na tentativa de sacramentar em 8 de janeiro o golpe de estado que tramou o tempo todo, não só o ministro Alexandre de Moraes poderia ter sido morto. Havia uma lista grande de adversários do bolsonarismo marcados para morrer. Uma dessas pessoas era o advogado Kakay. De Paris, onde se encontra esta semana, o especialista em Direito Penal escreve:
“Há pouco tempo, fui procurado por um cidadão, ex-sócio da família Bolsonaro, que disse ter participado de algumas reuniões nas quais os bolsonaristas, chefes da milícia, discutiam quem iriam matar quando consolidassem o poder fascista. Segundo me garantiu essa pessoa, eu também seria morto e com requintes de crueldade”.
Por tudo isso é que se torna cada vez mais importante as manifestações de repulsa à tentativa de golpe e de celebração da democracia na próxima segunda-feira em Brasília.
Deltan Dallagnol, ex-procurador da Lava Jato e que teve seu mandato de deputado cassado, disse em artigo na Gazeta do Povo, porta-voz da extrema direita paranaense: “2023 foi o ano da promiscuidade entre os poderes”. Bem, como discordar disso, se de promiscuidade o DD entende?
O prefeito de Campina da Lagoa, Milton Luiz Alves, disse que vai rezar muito para 2024 passar de pressa para que ele possa cuidar das suas coisas. O blogueiro Zé Beto tem uma sugestão que talvez o avexado não tenha se dado conta: “Então, renuncia, cara!”
Investigações conduzidas pelo ministro Alexandre de Moraes sobre o 8 de janeiro, descobriram detalhes de um plano macabro dos golpistas para se vingar do presidente do TSE. Em entrevista ao jornal O Globo, Alexandre de Moraes revelou que o plano dos bolsonaristas era prendê-lo e enforcá-lo.
Reflexão de um cristão bule (de poca fé) , mas apaixonado por Cristo, que afinal de contas veio à Terra para criar, com o Reino de Deus, o mundo da partilha. ——–
Se viesse à Terra hoje, certamente Jesus seria preso , torturado e morto, por líderes religiosos do tipo Edir Macedo e Malafaia. Como Ele pregava não o fortalecimento da religião e nem a necessidade de construção de igrejas, mas sim a construção de um mundo de partilha , seria chamado de comunista e criminalizado, como o foi por dois poderes políticos – o Sinédrio Judaico e o Poder Romano. Essa é uma boa reflexão, inclusive para servir de contraponto aos picaretas da fé, que com formação teológica de quina categoria , arrebanham milhares de seguidores e fazem neles verdadeiras lavagens cerebrais.
É oportuno resumir nesse pequeno e importante espaço, o pensamento de um dos maiores teólogos brasileiros, o dominicano Frei Beo:
“Eu sou discípulo de um prisioneiro político: Jesus. Ora, Jesus não morreu de hepatite na cama e nem de um desastre de camelo numa esquina de Jerusalém. Ele foi preso, torturado e julgado por dois poderes políticos e condenado à morte dos romanos que era a cruz. Por que que Jesus foi assassinado cruelmente? Porque dentro do Reino de Cesar Ele ousou anunciar um outro reino possível, que Ele denominava Reino de Deus. Na cabeça de Jesus o seu projeto do reino é um projeto civilizatório para este mundo. A prova disso está no Pai Nosso. A gene não reza: leva-nos ao Vosso Reino. É exatamente o inverso, a gente reza: venha a nós o vosso reino”.
A deputada Rosângela Moro foi a Bueno Aires acompanhar o marido Sérgio num encontro de políticos de direita da América Latina, que tinha como anfitrião o ex-presidente, que afundou ainda mais a Argentina, Mauricio Macri. Nada demais até aí. O problema é que Rosângela redigiu um relatório de viagem com informações falsas e enviou à mesa da Câmara Federal, afirmando que havia sido palestrante no evento. O objetivo era justificar os gastos que fez com verba da Casa, quando na verdade não viajou em missão oficial, mas particular, sem nenhum interesse público. Por conta disso, a esposa do senador, que está com o mandato por um fio, também corre risco de ser cassada.