Um assessor direto revela agora que Lula disse um rotundo NÃO e ficou fulo da vida com o ministro da defesa José Múcio , que lhe teria proposto uma GLO para enfrentar as invasões depredadoras das sedes dos três poderes no dia 8 de janeiro. A tal de Garantia da Lei e da Ordem é um instrumento constitucional poderoso, mas naquele momento soou como uma “cama de gato” que queriam dar no presidente recém-empossado. E por que isso? Porque se Lula assina a GLO estaria autorizando as Forças Armadas, Exército à frente, a botar pra quebrar em cima dos baderneiros golpistas, inclusive com o risco de provocar mortes. Lula rejeitou porque do alto da sua experiência avaliou que se a intervenção militar ocorresse, ainda mais considerando que naqueles primeiros dias de governo grande parte do oficialato era bolsonarista, certamente o pior aconteceria e ele seria imediatamente qualificado como assassino e genocida. E estaria dando o pretexto que Bolsonaro, general Heleno, Braga Neto e quejandos adorariam, para justificar a derrubada do presidente. Lula, então, substituiu a GLO por uma intervenção federal no DF. Assim , contornou a situação, evitando um banho de sangue e salvando seu terceiro mandato. Simples assim.
Estou no Conselho de Ética
O jornalista e professor de comunicação da UEL, Ayoub Hanna Ayoub, foi eleito pela terceira vez para presidir o Sindicato dos Jornalistas do Norte do Paraná, com sede em Londrina. Fui um dos fundadores desse sindicato e fiz parte das primeiras diretorias. Hoje aposentado, mas ainda batucando nas teclas de um computador para produzir notícias e artigos, tive a honra de ser eleito para o Conselho de Ética do Sindijor, ao lado de profissionais da maior qualidade, como o Luís Fernando Wiltenburg Santos, a Andrea Novara Monclar , a Érika Patrícia de Fátima Pelegrino Amim e a Raquel Bernardete de Carvalho. Além de presidente do sindicato Ayoub integra a Secretaria de Relações Institucionais da Federação Nacional dos Jornalistas.
Aonde está o dinheiro?
O Corregedor do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), ministro Luís Felipe Salomão, quer saber onde foi parar a montanha de dinheiro arrecadada pela Operação Lava Jato por meio de acordos de leniência e multas. Moro e Dallagnol tentaram criar um fundo para ser administrado pelo então procurador, mas o dito cujo foi defenestrado pelo Supremo e a dinheirama, que passa dos R$ 2 bi , encontra-se em lugar incerto e não sabido. O ministro Salomão, que comandou uma correição na 13ª. Vara Federal de Curitiba acusa o ex-juiz Sérgio Moro e o ex-procurador, deputado cassado, Deltan Dallagnol , de “gestão caótica” do dinheiro da operação Lava Jato e busca entender o destino da grana.
Lula vai ao Supremo para suspender calote do antecessor
Por decreto o governo Bolsonaro deu calote em milhares de brasileiros que tinham dívidas a receber da União. O chamado teto dos precatórios que o ministro Hadadd tenta derrubar agora, permitiu que o governo federal deixasse de pagar mais de R$ 60 bilhões em precatórios, prejudicando desde empresários a cidadãos comuns que acionaram o governo para receber indenizações justas por algum prejuízo que lhe causou o estado brasileiro.
Agora, o presidente Lula e seu ministro da Fazenda recorrem ao Supremo Tribunal Federal para derrubar o teto dos precatórios, porque se o calote continuar, a União pode chegar a 2027 devendo quase meio trilhão de reais. Por isso, Lula quer começar a pagar já, mas pede à suprema corte autorização para pagar as sentenças judiciais como despesa financeira , sem esbarrar nas regras fiscais, exatamente para não ferir o arcabouço tão duramente negociado com o Congresso Nacional. O governo atual precisa de autorização do Supremo para quitar o estoque de precatórios represado, que chega a R$ 95 bilhões. Mas só pode fazer isso por meio de crédito extraordinário, porque senão estoura o teto de gastos e aí a coisa se complica.
A nobreza de um gesto
Não devia, mas o Dia Mundial da Banana (22/9) passou batido. Porém, sacumé, né? Antes tarde do que nunca.
Millôr e seu ” livre pensar, é só pensar”
Millôr Fernandes morreu em março de 2012, dois anos depois de surgir como um furacão na mídia tradicional a Operação Lava Jato. Rapidinho o juiz Sérgio Moro foi alçado aos píncaros da glória e virou celebridade nacional com a velocidade de um raio. Passados quase 10 anos, 9 para ser bem exato, eis que o efeito bumerangue atinge em cheio a testa de quem sempre se achou acima do bem e do mal. Sem conhecer o juiz que depois viria a ser batizado de “Marreco de Maringá”, o genial Millôr escreveu certa feita: “A vida é igualzinha ao futebol. Mas o campo não é demarcado, vale impedimento, a canelada marca ponto a favor, a bola é quadrada, o gol não tem rede e o Supremo Juiz é um ladrão que expulsa do jogo quem bem entende, sem qualquer explicação”.
A esquerda e o zepelin
No período Bolsonaro o que mais se fez foi criminalizar a esquerda. Jogaram bosta na esquerda o tempo todo, até que chegou num ponto que a própria elite clamou para que Geny se entregasse ao “guerreiro tão vistoso”, como única forma de salvar a democracia e devolver a civilidade ao país. Ela se entregou e o homem do zepelin prateado que iria explodir tudo, saciou-se e deixou o povo dormir em paz. Mas com a cidade já fora de perigo, ela ouviu ao raiar do dia, aquele coro das mesmas vozes que no momento de desespero entoavam “bendita Geny”, voltar ao refrão tradicional: “Joga pedra na Geny/ joga bosta na Geny…”
Direto do túnel do tempo
Eu nem lembrava mais dessa foto, que me foi enviada pelo amigo jornalista Antônio Carlos Moretti. É de uma festa de aniversário da Folha do Norte , ali pelos anos 1966/1967, em uma chácara à margem do Rio Ivaí. Eu apareço aí, ainda menino, sem camisa e ao lado do Dom Jayme. Atrás do bispo dá pra ver o topete do Frank Silva, na época colunista social do jornal. Do lado esquerdo do churrasqueiro, que era o seu Recco (dono da Sapataria Recco) está Joaquim Dutra, um dos sócios do jornal, da Rede Paranaense de Rádio e anos depois, fundador da TV Cultura (hoje RPC) e do O Diário.
A polêmia do marco temporal
A tese do marco temporal é defendida por um setor forte do agronegócio, que não vê limite territorial para sua expansão e nem consequências para a ocupação desenfreada dos nossos biomas. O fato da Constituição garantir áreas extensas de mata aos povos originários, que são na verdade quem realmente protege a floresta, deixa os latifundiários fora da casinha.
“Essa decisão traz enorme insegurança jurídica para os milhares de agricultores e pecuaristas do Paraná e do Brasil”, diz em nota a Federação da Agricultura do Paraná, presidida pelo maringaense Ágide Menegheti. Será que estão pensando em criar gado em terras indígenas? Ao dizer que a decisão do Supremo Tribunal Federal fere o direito de propriedade, a FAEP me remete a uma pergunta básica: direito de quem, cara pálida?
Receita para um tiro na fome
¼ do dinheiro gasto hoje com armas seria suficiente para acabar com a fome no mundo. De acordo com a FAO , 725 milhões de pessoas vivem uma fome extrema. Mas enquanto os países desenvolvidos , Estados Unidos à frente, estiverem alimentando a máquina de guerra, como Joe Biden alimenta a da Ucrânia, tocando bumbo para Zelensky dançar, a meta de reduzir este flagelo até 2030 fica comprometida.







