“Bolsonaro foi o melhor presidente que este país já teve. Foi um despertar da direita, que é nítido quando vemos ele caminhando pelas ruas e recebendo o carinho das pessoas. Nosso país estava em constante crescimento em sua gestão. Ele é amado pelos paranaenses e merece todas as homenagens”, disse o deputado estadual Ricardo Arruda (PL) ao propor o título de cidadão honorário do Paraná ao inelegível. Um espirituoso filósofo de botequim ironizou ontem na boca maldita de Maringá: “Esse deputado Arruda acha que o saco do mito continuará sendo corrimão do sucesso”
No modo “eu sou eu…”
Esquerda, centro, direita, ultra-direita…todo mundo de olho na vaga de Sérgio Moro, que a Justiça Eleitoral pode despachar para a lata de lixo da história. Se a cassação ocorrer, assume temporariamente o dublê de comunicador Paulo Martins, que surfando na onda bolsonarista foi o segundo mais votado para o Senado em 2022. Ele será um dos candidatos e já anda se achando eleito, numa disputa que deverá ter Requião, Ricardo Barros, Gleisi Hofmann e provavelmente Álvaro Dias. Martins parece ter orgasmo quando está ao lado do mito. E na eventual campanha, poderá ser tragado pela soberba, já que continua no modo “eu sou eu, o resto é bosta”.
O ex-ministro fala do ex-chefe
“Tenho que reconhecer que o cafetão melhorou a forma aumentar [sic] sua fortuna: ao invés de continuar roubando, agora ele mendigou. Talvez, um dia ele e sua família ainda tentem um trabalho honesto. Quem sabe?” (Abraham Weintraub, ex-ministro da Educação do governo Bolsonaro)
Não, não vá se queixar ao bispo, crave 171
Certa feita escrevi um artigo que foi publicado na segunda página do O Diário, falando do crime subjetivo, aquele crime de que você é vítima e não tem como e nem a quem reclamar. É o caso, por exemplo, de uma queda que você sofre numa calçada irregular ou ao pisar numa tampa de bueiro. “Se não tem para quem reclamar, vá se queixar ao bispo”, disse no texto, chamando a atenção de Dom Jaime, que não me repreendeu, apenas tratou do assunto no seu artigo semanal do sábado seguinte.
O primeiro bispo de Maringá explicou, então, a origem da expressão, originária da Minas Gerais do século XIX, quando o bispo, salvo engano, de Diamantina, autorizou os noivos a fazer sexo antes do casamento porque a região precisava ser povoada. Ocorre que nem todos os noivos casavam, muitos desapareciam do mapa. E quando os pais pediam providências ao delegado da cidade, ele recomendava: “Vá se queixar ao bispo”.
Pensei nisso, porque me ocorreu agora tentar entender a verdade sobre o “conto do vigário”. Me informa o professor Google que “o conto do vigário aconteceu no século XVIII na cidade de Ouro Preto entre duas paróquias: a de Pilar e a da Conceição que queriam a mesma imagem de Nossa Senhora. Um dos vigários propôs que amarrassem a santa no burro ali presente e o colocasse entre as duas igrejas”.
Percebe-se por aí que não tem nada a ver com golpe. Mas como a sabedoria popular associou o “conto do vigário” ao estelionato , é lícito dizer que arrecadar R$ 17,2 milhões , explorando a boa fé de seguidores, e aplicar tudo em renda fixa, não é coisa de se atribuir a qualquer vigário, mas de se invocar aquele artigo famoso do Código Penal que trata do estelionato.
Esqueletos da Lava Jato
Afastado da 13ª Vara Federal de Curitiba, após abrir o armário da Lava Jato e encontrar lá um montão de esqueletos deixado por Sérgio Moro e os procuradores que com ele tabelavam, o juiz Eduardo Appio tem sido alvo do que ele mesmo considera seletividade do TRF4. O magistrado diz em alto e bom som, que Moro passou os últimos 10 anos cometendo crimes graves, mas que, mesmo sabendo disso, alguns desembargadores do Tribunal Regional Federal da 4ª. Região nada fizeram para contê-lo.
Só lembrando que o inferno astral de Appio começou a partir do momento em que ele ouviu e tornou público o depoimento via internet do advogado Tacla Duran. Duran está na Espanha e de lá acusou Moro de envolvimento em um crime de extorsão contra ele. Na verdade este depoimento abriu a porteira para outras acusações contra a força-tarefa da Lava Jato, como as do empresário Tony Garcia, que anda tirando o sono do ainda senador, cujo mandato está por um fio.
(A foto é do Blog do Esmael)
Unidos por um coração partido
Bolsonaro tenta se manter na mídia, agora usando a ex-primeira dama Michelle, que começa uma maratona de encontros do PL Mulher pelo Brasil. Começou neste final de semana em Florianópolis, principal reduto do bolsonarismo, onde o ex-presidente foi aplaudido e chamado de mito por entusiasmadas seguidoras. Ao pegar o microfone ao lado do governador Jorginho Melo, de seu partido, Jair Bolsonaro perguntou se o governador do Paraná estaria presente. Dizem os analistas que não foi uma simples pergunta, mas uma cobrança, para que Ratinho Júnior também organize um encontro desses no Paraná, de preferência na Boca Maldita de Curitiba.
Resta saber se Ratinho, que pensa em ser candidato, senão a presidente pelo menos a vice na chapa de Tarcísio de Freitas, quer continuar colocando azeitona na empada do inelegível. Aliás, Bolsonaro e o presidente do PL,Waldemar Costa Neto, andam se alfinetando nos bastidores. Só não romperam ainda porque um depende do outro e o outro depende do um. Bolsonaro precisa da legenda e do alto salário que recebe do Partido Liberal. Já Costa Neto, que só pen$a naquilo, luta para manter uma grande bancada na Câmara, porque lhe dá paúra só de pensar em ver o seu fundo partidário se desmilinguir.

Nuances de um crime próximo de ser desvendado
Informa Elio Gaspari, em seu artigo na Folha de São Paulo, que no curso das investigações e na profusão de notícias sobre a morte de Marielli Franco e seu motorista Anderson Gomes, ninguém tinha falado na execução de Carlos Alexandre Pereira Maria, dias após o crime da vereadora, que foi e continua sendo notícia em todo o mundo. Diz Gaspari: “Alexandre Cabeça, como era conhecido, colaborava com o então vereador Marcello Siciliano.Ele foi morto por dois homens que vinham numa motocicleta. Segundo uma testemunha, antes de atirar, um deles teria dito: “Chega para lá que a gente tem que calar a boca dele”.
“Acusado de ter envolvimento na morte de Marielle, Siciliano insistiu em dizer que nada tinha a ver com o caso. À época, havia abundância de pistas falsas. Ele submergiu e voltou para a vitrine em maio, metido com o oficial da reserva Ailton Barros, que tratava com o tenente-coronel Mauro Cid no episódio de falsificação de certificados de vacinas. Ailton Barros disse numa conversa grampeada: “Eu sei dessa história da Marielle toda, irmão, sei quem mandou. Sei a porra toda. Entendeu? [Siciliano] está de bucha nessa parada aí”.
A Polícia Federal, que entrou com tudo no caso agora sob o comando do ministro Fávio Dino, está prestes a chegar ao verdeiro mandante.
O ato falho que foi além do afagar de ego
Muita gente dá como certa a cassação de Sérgio Moro. Isso acontecendo, assume temporariamente a sua cadeira no Senado o segundo colocado no pleito de 2022, Paulo Martins. E aí, teremos eleição ano que vem, para efetivar o mandato de 8 anos do terceiro representante do Paraná na Câmara Alta. Pensando nisso, os pretensos candidatos já estão se mexendo. A começar pelo maringaense Ricardo Barros, que ao almoçar neste sábado em um restaurante de Maringá saiu saltitante quando na fila do caixa foi cumprimentado por uma funcionária que, num ato falho, o chamou de senador.
Alvíssara!
Outra notícia boa é para os locatários: o Índice Geral de Preços que as imobiliárias usam para reajustar aluguéis deu uma recuada de 0,72%. O IGP-M acumla uma deflação de 5,15% só este ano. Aleluia!
Obrigado, São Pedro
A boa notícia vem da Aneel: o Brasil deve continuar pelo menos até o fim do ano com a bandeira verde, o que significa dizer que não teremos cobrança adicional nas contas de energia elétrica. O motivo está nas condições favoráveis de geração. A quem agradecer? A São Pedro, uai!





