Vocês já observaram o refinamento, o cuidado, o extremo acabamento – e claro, o custo – com que, neste país, se exerce a incompetência? (Millôr)
Lá e cá
A primeira foto oficial do presidente em seu terceiro mandato não lhe foi do agrado. O fotógrafo teve que clicar de novo. Enquanto isso no Palácio Iguaçu permanece a foto oficial do governador Ratinho Júnior com a cabeleira anterior ao implante.
É assim que é
“A extrema-direita tem sangue nas mãos, produz violência, naturaliza sua própria maldade, cria um mundo caótico, desacredita da humanidade, abre mão do amor e faz do ódio uma forma de fazer política”
. Pastor Henrique Vieira, deputado federal ( Psol)
Do blog do Noblat (Metrópoles)
O deputado federal Ricardo Barros (PP-PR) disse na terça-feira (27/6) que o seu nome está à disposição para representar o Paraná no Senado. Ex-líder do governo de Jair Bolsonaro, Barros está de olho na hipotética cassação de Sergio Moro (União Brasil), que é alvo de uma ação no TRE-PR. Em vídeo gravado na Assembleia Legislativa do Paraná, e cedido pelo jornalista Eduardo Matysiak, Barros afirma que disputará a vaga. Barros entra no mesmo barco de “pré-candidatos” com Roberto Requião, Requião Filho, Gleisi Hoffmann e Zeca Dirceu –todos do PT. Na direita, os concorrentes devem ser Paulo Martins, pelo PL, (segundo lugar na eleição de 2022) e, possivelmente, Alvaro Dias, pelo Podemos
A porca torceu o rabo
Pouca gente notou, mas o ministro Benedito Gonçalves mostrou a chave da cadeia para Bolsonaro. Além de oferecer os fundamentos jurídicos que conduzirão à inelegibilidade do capitão por oito anos, o corregedor do TSE incluiu no voto que deve ser seguido pela maioria da Corte uma ordem de envio da provável sentença à Procuradoria-Geral da República para a análise das “providências na esfera penal”.
A porca torceu o rabo para Bolsonaro noutro trecho do voto de Benedito. Além do banimento das urnas até 2030, já contratado, e do risco de cana, o relator encostou seu voto no bolso do investigado.
. Josias de Souza (UOL)
Quem és tu?
A extrema-direita se posiciona contra o Foro de São Paulo, uma organização de partidos de esquerda fundada por Lula em 1990. O Foro vai se reunir em Brasília a partir de amanhã, depois de três anos. A diretriz é de que cada país define seu regime politico, mas o que os une é a luta contra o imperialismo e o neoliberalismo. O bolsonarismo se vale desse encontro para satanizar a esquerda e oxigenar o discurso de ódio, usando a velha cantilena da ameaça comunista no país. A deputada Carla Zambelli foi ao MPF tentar impedir o evento. “É incabível o nosso país aceitar representantes que violam os direitos humanos e são investigados na ONU”, disse, chamando o encontro de aberração.
Por que será que ela nunca achou aberração a defesa enfática que Bolsonaro sempre fez do torturador e exemplo máximo da degeneração humana, Carlos Alberto Brilhante Ustra? Por que será que Zambelli celebrou e até posou para fotos com Beatrix von Storch , líder do AfD, o partido nazista alemão, recebida por Bolsonaro com tapete vermelho no Palácio do Planalto? Só lembrando que o avô de Beatrix , que teve no Brasil tratamento de chefe de estado, foi ministro de Hitler. Por acaso, não foi a agora defensora dos direitos humanos que saiu correndo atrás de um negro com uma pistola em punho no centro de São Paulo durante a campanha eleitoral de 2022?
Ora, ora, criminalizar o debate político-ideológico , seja ele de esquerda ou de direita, é uma sandice. E tentar demonizar o Foro de São Paulo é reforçar a correia de transmissão do ódio, alimentada durante quatro anos pelo mito. Como indagaria em tom de blague um personagem do impagável Chico Anysio: “Quem és tu Coriolana?”
Vão-se os anéis…
O Centrão está pressionando para Lula nomear um de seus integrantes ministro da saúde. Arthur Lira, às voltas com o escândalo da robótica, quer desalojar a cientista Nisia Trindade, que é sem nenhuma dúvida, um dos melhores quadros do atual governo. Mas Lula sabe que sem o centrão a governabilidade vai pro espaço. Por isso, decidiu, pra não perder Nísia, liberar R$ 1,8 bilhão em emendas parlamentares. Vão-se os anéis e ficam os dedos.
Só desapego?
O maringaense Carlos Walter Martins Pedro não quer mais continuar presidindo a Federação das Indústrias do Paraná. Os motivos são ainda desconhecidos. Seja lá o que for, não é comum alguém abrir mão do poder tão fácil
Que o pai do surrealismo não nos ouça
Moro ainda não foi cassado mas já é grande o número de candidatos à sua vaga no Senado pelo Paraná. Tínhamos até ontem Ricardo Barros, Paulo Martins e Gleisi Hofmann. Hoje surgiram os nomes de Alexandre Curi, Guto Silva e Beto Preto. Falou-se também em Zeca Dirceu. Tudo bem que o mandato do ex-juiz da Lava Jato está balançando, mas os pretendentes ao cargo já estarem em pré-campanha parece um pouco demais. É o mesmo que fazer o velório do moribundo que ainda respira e com possibilidades de adiar sua partida para outra dimensão. Surreal? Nem tanto, né mestre Buñel?
O obcecado
Ricardo Barros diz não ter dúvidas de que Sérgio Moro será cassado. E ele já está na pista, trabalhando sua candidatura para a vaga que o TRE do Paraná abrirá, com a possível confirmação do TSE. Barros já tentou o Senado uma vez, mas não deu e continuou deputado, já de sétimo mandato. Sua obsessão atual vai bem na linha daquela leitura que um dia fez dele o então colega de Câmara, André Vargas. Vargas brincou que RB é do tipo que está mamando em uma teta e de olho na outra. Por isso cravou o apelido “Leitão Vesgo”.



