Lula disse várias vezes que retomaria o processo de reforma agrária, jogado no lixo pelo seu antecessor. Ocorre que os sem terra decidiram testar os limites do governo petista, seu aliado histórico, colocando-o contra a parede e dando munição para alimentar o tiroteio que a direita vem intensificando contra o Palácio do Planalto. Sinceramente, com um aliado como o MST, Lula não precisa de inimigo.
Atleta volta às quadras quando deveria estar preso
“O Superior Tribunal de Justiça Desportiva do vôlei parece ter ido à mesma escola a que foram o ex-juiz Sergio Moro, o ex-procurador Deltan Dallagnol e alguns desembargadores do TFR-4.
Ao conceder efeito suspensivo para Wallace, o voleibolista que posou armado e perguntou se você daria um tiro no rosto do presidente da República, não deixou outro caminho para Confederação Brasileira de Vôlei a não ser o de adiar o jogo do Sada-Cruzeiro, presidido pelo empresário bolsonarista Vittorio Medioli, à espera que se julgue definitivamente o caso, suspenso pelo Comitê Olímpico Brasileiro só por 90 dias.
Wallace deveria estar é preso, jamais na quadra, como quer seu clube ao levar o STJD à decisão tão lamentável.
. Juca Kfouri (Folha de S.Paulo)
Homenagem ao “Tonho da Lua”
O Tribunal de Contas do Paraná deve condecorar hoje com o Colar Barão do Serro Azul, o ex-ministro da Ciência e Tecnologia o agora senador por São Paulo, Marcos Pontes. Nunca é demais lembrar que o astronauta teve participação direta no processo de desmonte da pesquisa científica no Brasil durante o governo Bolsonaro. Se não participou dos ataques à ciência, com certeza se omitiu vergonhosamente. Não por acaso foi apelidado do “Tonho da Lua”.
Sanha privatista
Hoje tem audiência Pública na Assembleia Legislativa do Paraná para tratar da privatização da Copel. Lideranças políticas estarão reunidas no Centro Cívico às 17hs para protestar contra a entrega desse grande patrimônio do povo paranaense à inciativa privada. Saneamento básico e energia elétrica são estratégicos e não deve sair das mãos do Estado.
Vem aí um livro bomba
Tacla Duran continua tirando o sono de Sérgio Moro e Deltan Dallagnol. Ainda mais agora que o STF cassou a prisão preventiva decretada pelo desembargador Malucelli contra o advogado, que denunciou o envolvimento do ex-juiz da Lava Jato em um caso de extorsão praticada contra ele via advogado Carlos Zucoloto. Duran, que mora na Espanha, virá ao Brasil na próxima semana para prestar depoimento presencial na 13ª. Vara Federal de Curitiba e certamente confirmar a denúncia que fez em entrevista ao portal The Intercept e reiterada em recente depoimento remoto ao juiz Eduardo Appio.
A insônia tende a virar pesadelo, porque em um livro biográfico escrito pela jornalista Hildegard Angel a ser lançado em maio, o empresário Emilio Odebrecht escancara a caixa de pandora da República de Curitiba . Ele fala sobre o esquema de delações premiadas comandado pelo ex-juiz da Operação Lava Jato , acusando a República de Curitiba de intimidações e chantagens contra os delatores. Como diria Tom Zé na Moda do Fim do Mundo, “a porva vai garrá fedê”.
Muito além do policiamento ostensivo
As autoridades de segurança estão tomando providências para se antecipar aos criminosos, mas a onda de violência nas escolas continua assustando e ameaçando driblar a vigilância. Foi o que aconteceu, por exemplo, em Floresta esta semana, onde os gritos de uma professora espantou um homem que estava de moto e com um punhado de facas de fabricação caseira ameaçando invadir a Escola Municipal Messias Barbosa Ferreira. Em Curitiba, dois estudantes foram flagrados na escola com facas em suas mochilas.
Nesse último caso, como o patrulhamento externo poderia evitar uma tragédia? É preciso muito mais do que policiamento ostensivo para dar um paradeiro nessa onda que tira a paz da sociedade , deixando pais , alunos e professores em pavorosa. Jogar duro contra o discurso de ódio e desarticular as células nazifascistas que estão espalhadas pelo país, é de extrema urgência também.
RB diz a MB quem manda no PP
O secretário da Indústria, Comércio e Serviços do Paraná, Ricardo Barros está de cara com Marcelo Belinatti. Motivo: o fraco desempenho do PP em Londrina nas eleições proporcionais do ano passado. E avisou que não há mais espaço para Belinatti no partido de agora em diante. Um jornalista londrinense com quem converso sempre, ironizou: “São farinha do mesmo saco mas o Belinatti tá cagando e andando”.
Vai aceitar devolução?
A APP Sindicato respirou aliviada quando soube que o Secretário da Educação do primeiro mandato de Ratinho Júnior, Renato Feder, tinha ido embora para São Paulo, onde tornou-se secretário do governador Rodrigo Garcia. E continuou no cargo com Tarcísio de Freitas, apesar da resistência do setor educacional que se pudesse o devolveria ao Paraná. Ratinho pode até querer, mas precisaria combinar com os russos.
Nível de rodapé
“Respeite 40 anos de mandato”. Foi isso o que o deputado Márcio Jerry, do PC do B do Maranhão, disse à sua colega parlamentar Júlia Zanatta, do PL de Santa Catarina, quando ela batia boca, em um nível bem rasteiro, com outra parlamentar durante audiência pública com o ministro Flávio Dino na Comissão de Segurança da Câmara Federal. Claro que Jerry agiu mal ao mandar o recado daquela forma, tentando cochichar no ouvido de Júlia. Mas o que ele falou é audível e a reação dela só prova que a baixaria e a falta de compostura contaminou de maneira absurda a bancada direitista no parlamento brasileiro.
Na mesma sessão, onde ao invés de questionar o ministro da Justiça alguns deputados da oposição partiram foi para a agressão contra Dino, a deputada Carla Zambelli se superou na grosseria. Ao receber uma reprimenda de um colega , gritou feito uma desvairada: “Vá tomar no cu!”.
Uma esfinge em processo de desconstrução
A grande imprensa se esmerou na construção de um ídolo de pés de barro e agora, pelo constrangimento ou pela sem-vergonhice, foge do processo da inevitável desconstrução. Uma desconstrução que começou com a “Vaza Jato” e entra em processo acelerado com o recente depoimento de Rodrigo Tacla Duran, prestado na mesma 13ª. Vara Federal de Curitiba, onde a Operação Lava Jato teve seus dias e meses de glória. Vamos lembrar que os grandes jornais (impressos e portais de notícias) dedicaram páginas e mais páginas às delações premiadas ; as redes nacionais de TV ocuparam blocos e blocos nos seus telejornais com os depoimentos. O JN, por exemplo, fazia uma verdadeira espetaculização das audiências presididas pela esfinge, que graças a tanta exposição, chegou ao Ministério da Justiça do presidente que ajudou a eleger e em 2022, ao Senado da República. Só que agora, quando surge o depoimento-bomba do ex-advogado da Odebrecht , que disse ter fugido para a Espanha para se livrar de uma extorsão (e da cadeia), o principal noticioso televisivo do país foge da notícia como o diabo foge da cruz e não dá sequer uma lapada.