A briga etá chegando no seguinte ponto: Bolsonaro e seus aliados só chamam Lula de ex-presidiário. E Lula, por outro lado, junto com seus aliados, não deixam de se referir a Bolsonaro como futuro presidiário.
Um petista descontente com Lula
O deputado estadual Requião Filho está pessimista com relação ao novo pedágio , ainda que seja controlado pelo governo federal através da ANTT. O parlamentar acha que o contrato com as concessionárias seguirá o mesmo modelo dos anteriores e que não haverá redução de tarifas coisa nenhuma. Ele, tal qual o pai Roberto, está no PT, mas não poupa Lula por entender que o presidente está preso numa teia de aranha armada pelo conservadorismo e sem força, ou sem vontade, de romper a bolha.
Requião Filho esteve ontem em Maringá para participar da sessão itinerante da Alep e em visita ao Jornal do Povo conversou comigo e com a colega jornalista Dayani Barbosa.
Acho que nem Kafka entenderia
Dia desses o síndico atribuiu à era Lula o roubo de duas bicicletas na garagem do prédio onde moro. Indignado pelo fato do ladrão ter sido preso e solto em seguida, desabafou: “Isso é culpa do presidente do Brasil , que é a favor dos bandidos. Daqui pra frente vai ser cada vez pior”. Ontem, tentaram arrombar de madrugada o portão de um condomínio vizinho e o morador que estava na janela do seu apartamento de madrugada e espantou os dois suspeitos com um grito, contava no quarteirão: “Vê se pode ! Bastou o ladrão de nove dedos assumir que a bandidagem já começou a se sentir protegida e a tomar conta do pedaço”.
Esse tipo de comentário tem sido recorrente aqui na nossa conservadora e bolsonarista Maringá. Tão absurdos e tão descabidos eles são, que nem vale a pena querer entender a cabeça das pessoas que assim pensam. Eu apenas me pergunto: será que Kafka entenderia?
Escândalo no futebol bola murcha
A manipulação de apostas no futebol brasileiro que virou motivo de CPI no Congresso Nacional é apenas mais um ato no escandaloso teatro do absurdo em que se tornou o esporte bretão em nosso país. Nunca é demais lembrar que isso ocorre atualmente porque lá atrás, mais precisamente no inicio dos anos 80, a revista Placar denunciou (e desmontou) um esquema de manipulação de resultados através da Loteria Esportiva. O problema é que a impunidade imperou e o uso do cachimbo deixou a boca de cartolas e até de jogadores tão torta, que a podridão voltou com tudo no Campeonato Brasileiro, inclusive da Série A. Ontem, o ministro da Justiça Flávio Dino anunciou medidas duras a ser tomadas pelo governo federal contra a nova modalidade de corrupção no futebol brasileiro, já batizada de “máfia dos cartões”. Além disso, a CPI para apurar a “compra” de atletas , que recebem grana alta para provocarem advertências com cartões amarelos e expulsões será instalada já na próxima semana.

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Frases do dia
Estivesse ainda entre nós, o saudoso ministro do STF Teori Zavascki diria sobre as investigações das tentativas de golpe: “A cada pena que se pucha vem uma galinha”;
Gilmar Mendes sobre as visitas constantes de parlamentares bolsonaristas a Anderson Torres: “Descibriram o presídio”;
“Nunca fiz conluio com o Ministério Público e enquanto juiz federal nunca tive uma sentença minha anulada”.
Ministro Flávio Dino, olhando no olho de Sérgio Moro
A Eletrobras e o Trio Balacobaco
O que o governo quer com os questionamentos à privatização da Eletrobrás? Apenas ampliar o seu poder de voto, porque mesmo sendo acionista majoritário, o voto do estado vale tanto quanto o de qualquer acionista minoritário. Significa, então, que o modelo de privatização da companhia, implementado pelo ex-todo poderoso da economia Paulo Guedes, foi um golpe contra a União.
Mas aí o que acontece? O presidente da república esperneia, fala em rever isso e o mercado fica todo ofendido, naturalmente embalado por uma trilha sonora malandra, executada pela mídia corporativa. Se bobear, a Copel vai cair no mesmo golpe, embalado pelo falso discurso da eficiência gerencial da iniciativa privada. Ora, cacete, a Copel sempre foi referência como empresa eficiente e lucrativa nas mãos do governo paranaense e sendo assim, por que privatizá-la? O mesmo golpe está sendo preparado contra a Cesp, de São Paulo e a Cemig, de Minas Gerais. O trio Ratinho Jr, Tarcísio de Freitas e Romeu Zema é mesmo do balacobaco.
Pra não dizer que não falei das flores…
Alguns amigos me chamaram a atenção sobre o tanto de coisas que posto aqui sobre Sérgio Moro. Mas não dá pra ignorar fatos como o novo depoimento do advogado Rodrigo Tacla Duran, que para azar do senador e ex-juiz da Lava Jato, deverá comparecer para um depoimento presencial na Câmara dos Deputados. Depois de denunciar um crime de extorsão contra ele envolvendo Moro, Duran , que mora atualmente na Espanha, foi impedido de vir ao Brasil devido a uma ordem de prisão contra ele expedida por um desembargador do TRF4, que só por acaso, tem ligações até familiares com Moro.
Em novo depoimento remoto ao juiz Eduardo Appio, da 13ª. Vara Federal de Curitiba, Duran citou como chefe de um esquema de extorsão de réus da Lava Jato, o ex-procurador Carlos Fernandes dos Santos Lima, parceiro de Deltan Dallagnol na República de Curitiba. Ao se referir a Sérgio Moro e Deltan Dallganol, Tacla foi interrompido pelo magistrado que disse que remeteria a denúncia ao STF, uma vez que tanto Moro quanto Deltan tem fórum privilegiado, por serem parlamentares – um é senador e o outro deputado federal. Enfim, a chapa está esquentando.
E finalmente, pra não dizer que não falei das flores, que tal o confronto direto de Moro com o ministro Flavio Dino na Comissão de Justiça e Segurança do Senado? Moro tentou defender o indigitado senador Marco Duval, que vive chamando Dino de lixo e de bandido, e levou uma invertida que o deixou mais vermelho do que a fachada do Santander. O ministro, que é convidado ou convocado dia sim e dia também pela bancada bolsonarista na Câmara e no Senado, disse olhando no olho de Sérgio Moro: “ Eu fui juiz federal e nunca fiz conluio com o Ministério Público e nunca tive uma sentença minha anulada”. Precisa dizer mais o que?
Chapa quente
Rodrigo Tacla Duran, ex-operador da Odebrecht, foi ouvido novamente esta semana pelo juiz Eduardo Appio, da 13ª. Vara Federal de Curitiba, sobre o caso por ele denunciado, de extorsão que envolve o atual senador e ex-juiz Sérgio Moro. A chapa está esquentando.
Itaipu apoia
O ex-jogador do Corinthias, do Santos e da Seleção Brasileira, Ricardinho, tem um projeto interessante de atendimento e encaminhamento de garotos em situação de vulnerabilidade social. É o “Maestro da Bola”, que deverá ter o apoio financeiro da Itaipu Binacional. Ricardinho, que atualmente atua como comentarista nas transmissões da Globo (TVs aberta e fechada), esteve com o diretor-geral da empresa, o maringaense Ênio Verri.
Espinafrado por Mendes e calado por Dino
Ontem Gilmar Mendes se referiu a Curitiba como uma cidade que tem o germe do fascismo. A declaração feita no programa Roda Viva provocou uma reação em cadeia na capital paranaense, que passou a considerar o ministro do STF como persona non grata. Hoje, Mendes tentou consertar o deslize por suas redes sociais dizendo que houve um mal entendido ao usar uma metonímia que merece explicação: “Me referia a autoproclamada República de Curitiba e os juízes da força tarefa da Lava Jato”. E mais uma vez, o decano da Suprema Corte detonou o ex-juiz e agora senador Sérgio Moro, não deixando fora da sua ácida crítica o ex-procurador e deputado federal, Deltan Dallagnol.
Aliás, Moro viveu nesta terça-feira uma manhã de grande constrangimento na Comissão de Segurança Pública do Senado. Um senador bolsonarista chamou o ministro da Justiça Flávio Dino de lixo e disse que o mesmo deveria ser preso , mas acabou levando uma invertida. Ao invés de se solidarizar com o ministro que fora atacado de forma vil, Sérgio Moro decidiu reforçar o coro da baixaria e da falta de decoro. Dino, que também foi juiz federal (aliás entrou na magistratura no mesmo concurso em que Moro foi aprovado) , se revoltou com o ex-colega . O clima esquentou entre os dois e Moro teve que engolir seco a revolta do atual ocupante da pasta que foi dele no governo passado. Flávio Dino soltou seus marimbondos pra cima de Moro: “Vim aqui para ser respeitado. Se um senador acha que pode cercear a minha palavra, se um senador diz que eu tenho que ser preso. Isso é respeito? Sou uma pessoa honesta, sou ficha limpa, sou juiz, nunca fiz conluio com o Ministério Público, nunca tive sentença anulada. Portanto, eu repilo veementemente qualquer ofensa à minha honra, e ninguém vai me impedir de defender a minha honra, porque quem tem honra defende”.




