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Sente e se acomode, o filme é longa metragem

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As joias da ex-primeira dama e o segundo “regalo” do rei Saudita para o então presidente Bolsonaro apenas jogam luz sobre um provável esquema de corrupção gigantesco. É preciso ter em mente que as joias, que consomem grandes espaços na mídia, podem significar  a ponta do iceberg. O aprofundamento das investigações está revelando que havia algo de muito podre no reino da Dinamarca.

A operação montada nos últimos dias do governo Bolsonaro para liberar as joias apreendidas na alfândega em 2021  envolve até o ex-chefe da Receita Federal, Júlio Cesar Ferreira Gomes, acusado de pressionar subordinados a liberar a suposta propina. Não se surpreendam: isso vai muito longe, porque trata-se de um filme longa metragem.

2024 é logo ali

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Informa o blogueiro Fernando Tupã que o deputado federal sargento Fahur alimenta o sonho de se tornar prefeito de Maringá. Bolsonarista de primeira hora, o ex-PM deve bater chapa com o empresário Evandro Araújo. Se for mesmo candidato poderá medir força com o atual vice Edson Scabora, Flávio Mantovani (o preferido de Ulisses Maia), com o deputado estadual Soldado Adriano José (do PP de Ricardo Barros), Delegado Jacovós (PL) e Do Carmo (deputado estadual do União Brasil).

Claro que ainda é cedo para qualquer leitura de cenário, mas com um time desse na disputa, crescem as chances de Mantovani, que já provou ser um devoto bom de voto. A dificuldade maior será do eleitor, que poderá ter que votar por exclusão. Se é que me entendem.

Conhecendo a casa

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Ênio Verri ainda não tomou posse à frente da Itaipu Binacional mas hoje está fazendo a sua primeira visita após ser nomeado diretor geral pelo presidente da republica. A posse deve acontecer na próxima semana com a presença de Lula.

Derrota amarga

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O governo Ratinho Júnior amargou mais uma derrota no Superior Tribunal de Justiça. Perdeu justamente para um Requião. A derrota sofrida ontem refere-se ao caso da recondução do conselheiro Mauricio Requião ao Tribunal de Contas do Estado. Ratinho entrou com embargos de declaração para impedir a posse, que já era uma questão pacificada naquela corte. Os embargos foram rejeitados por unanimidade, com todos os ministros do STJ seguindo o parecer da relatora. Maurício  havia sido empossado em 2008 e afastado no ano seguinte. Agora retorna definitivamente.

Juntando os cacos e descendo a borduna

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O ex-governador e agora deputado federal Beto Richa junta os cacos e tenta reconstruir o PSDB do Paraná. Presidindo o partido, Beto começa a trabalhar para fortalecer as convenções municipais  programadas para agosto. Numa entrevista à Associação dos Jornais e Portais do Paraná, ele desancou o ex-procurador Deltan Dallagnol e o ex-juiz Sérgio Moro. Um  é do Podemos e o outro do União Brasil, e são responsabilizados pela derrota de Beto para o Senado nas eleições de 2018. O tucano  não perdoa o que chama de ações deletérias contra ele, dos dois comandantes da Lava Jato. E promete novidades, “para evitar que essa gente continue a enganar a população”.

Chegou a hora dos financiadores

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O alvo da Polícia Federal agora são os financiadores das aglomerações em frente os quartéis, onde foram plantadas e germinaram as sementes do 8 de janeiro. Ontem foram cumpridos mandados de apreensão e prisão em vários estados brasileiros, inclusive no Paraná. Há casos de empresários que gastaram fortunas para a manutenção das concentrações golpistas, bancando custos que iam da alimentação à instalação  de banheiros químicos. Só lembrando que no caso específico de Maringá, houve até ceia de natal com muitas iguarias e uma mesa farta que tomava toda a frente do Tiro de Guerra. Quem bancou? Eu não sei, você, caro leitor, também não sabe, mas a PF tem nome, endereço, CPF e digitais.

Homenageia Rouanet e não deixa barato

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O novo imortal Ruy Castro tomou posse na Academia Brasileira de Letras na cadeira que pertencia a Sérgio Paulo Rouanet. E, em homenagem ao autor da lei de incentivo à cultura, desceu a madeira nos críticos de ocasião, que usaram a Lei Rouanet como munição  na guerra insana (e ridícula) contra o financiamento público de projetos culturais.

A Lei Rouanet foi bombardeada durante os quatro anos do governo Bolsonaro. O próprio presidente disse coisas absurdas sobre renomados artistas brasileiros que recorreram à lei para tirar do papel projetos importantes. “A boca imunda desses agentes tentou fazer do nome Rouanet um palavrão. Quando tiraram seu nome da lei, pensando que assim o humilhavam, não imaginavam o alívio com que Rouanet recebeu a notícia”, disse o celebrado biógrafo de personagens da história recente do nosso país, como Garrincha, Carmem Miranda, Nelson Rodrigues e Assis Chateaubriand.

O programa do Huck pisou na bola

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O programa do Huck homenageou na estreia do quadro máquina do tempo o ator paranaense Tony Ramos. Uma bela história e uma galeria de personagens  por ele interpretados que não fica a dever nada aos maiores atores da história da televisão brasileira e também do cinema. Mas a produção do Domingão do Huck cometeu uma gafe imperdoável:  omitir os dois personagens mais marcantes (e relevantes) da longa carreira do ator. Refiro-me a Riobaldo, de Grandre Sertões: Veredas e Getúlio Vargas, no filme GETÚLIO. A dramaticidade da cena do suicídio só poderia mesmo ser interpretada por um ator do talento e da dimensão de Ramos, que nasceu em Arapongas.

Lembrando Tancredo

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Especula um blogueiro de Curitiba que o recém-eleito deputado Federal Beto Preto andou costeando o alambrado da transição para ver se conseguia um ministério no governo Lula. Foi um bom secretário de saúde do Paraná durante a pandemia e continuará sendo, à frente da pasta no segundo governo Ratinho Júnior. Mas o sonho do ex-prefeito de Apucarana seria o de ocupar um daqueles prédios da Esplanada dos Ministérios. Só lembrando que Beto Preto não é um estranho no ninho. Já foi filiado ao PT, mas virou as costas para o partido, migrando para o PSD do Kassab. De qualquer forma ele agradeceu a lembrança do seu nome para o ministério do ex-companheiro Lula.

Lembrança? Será que foi lembrado? É oportuno resgatar a historinha do Folclore Político (Sebastião Nery). Seguinte: “Um amigo do eleito governador de Minas Tancredo Neves, vivia dizendo pra todo mundo que seria secretário do novo governo. O governador anunciou seu secretariado num pacote só e lá não estava o nome do dito cujo. Ele foi tomar um café com o amigo e se queixou: “Dr. Tancredo, a cidade inteira tá comentando que eu seria secretário no seu governo. Não fui escolhido e nem tinha essa intenção. Mas fiquei feio na foto. O que eu digo para as pessoas?”. Tancredo,na sua sabedoria política mineira, deu a solução: “Responda a quem perguntar que eu lhe convidei mas você não aceitou”.

Um cisco no olho

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O deputado Ênio Verri é apontado pelo movimento Vem Pra Rua como o parlamentar que mais gastou verba de gabinete em janeiro, mês em que o parlamento ainda estava em recesso. O gasto de R$ 85,302,00 pode ser facilmente explicado. Ou não. Ênio, que vai deixar o mandato para assumir o comando da Itaipu, precisa vir a público dar satisfação ao seu eleitorado,  até como forma de evitar  desgaste desnecessário e  não produzir  munição para adversários em eleições futuras. Isso funciona mais ou menos como cisco no olho.