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Moro pode ter tido uma vitória de pirro

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Está no TSE, em grau de recurso segundo o jornal Valor Econômico, o processo sobre o domicílio eleitoral de Sérgio  Moro, eleito senador. A notícia destaca que “o ministro Raul Araújo é o relator, mas que não há data fixada para o julgamento”, que deve ocorrer antes da diplomação, em 19 de dezembro. Se a manifestação do  vice-procurador geral eleitoral, Paulo Gonet, for acatada pelo Tribunal Superior Eleitoral, Moro perde o mandato conquistado nas urnas e haverá nova eleição para Senador no Paraná.

Só lembrando que Moro mudou o seu domicílio eleitoral para S. Paulo com o objetivo de disputar a presidência da república pelo Podemos. Mas o presidente do partido, Luciano Bivar, não o aceitou. Então ele voltou correndo para o Paraná  e aqui se filiou ao União Brasil, salvo engano, já fora do prazo. Depois de perder no TRE/Pr recorreu para a terceira instância da Justiça Eleitoral e só após o julgamento do recurso é que se saberá se ele terá ou não, na vida política, vocação pra viúva Porcina, a que foi sem nunca ter sido.

Foi há 133 anos

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Em 15 de novembro de 1889 o marechal Deodoro da Fonseca, que era amigo de Dom Pedro II, apeou o rei do poder e se gabou depois, de tê-lo deixado vivo, apenas  ordenando que sua majestade se retirasse do país. O golpe que levou o nome de Proclamação da República marca, na visão do saudoso Florestan Fernandes, “o início dos eventos de uma revolução burguesa no Brasil”.

Foi bom ou foi mau? Isso não é o que se coloca em questão. O contexto histórico levou ao ocaso a monarquia parlamentarista, desmanchando de vez os laços de dependência que o Brasil tinha de Portugal e por tabela, da Inglaterra, grande credor dos patrícios que aqui aportaram em 1500.

Foi um momento de muita efervescência no Brasil, que vivia as consequências da Guerra do Paraguai e dos movimentos abolicionistas, com a situação limite da escravatura que o país  não suportava mais. Mas, enfim, foi um golpe, que deu o ponta pé inicial para outros golpes, como o de 1937 e o de 1964, este inadequadamente chamado de revolução.

Alto lá, amigos, isso aqui não é um compêndio sobre a história da república, é apenas uma breve digressão, para alimentar minha celebração individual da democracia e sobretudo, do resultado das urnas. Viva a República!

Ratinho põe ensino público do PR no caminho do abismo

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O governador Ratinho Júnior já separou no orçamento de 2023 R$ 200 milhões para começar o processo de privatização das escolas estaduais. Em princípio ele quer entregar à iniciativa privada 27 escolas. Mas o projeto vai mais além. Ratinho pretende privatizar também as universidades estaduais. Ou seja, ele quer um estado mínimo, do mínimo , do mínimo. Qualidade da educação? Ora, quem fala em privatizar a escola pública está preocupado com a qualidade do ensino?

A oposição no Paraná é inexpressiva, mas precisa se articular para barrar esta sandice, senão no legislativo estadual pelo menos na esfera jurídica. O Estado não pode se desincumbir da sua responsabilidade pela saúde e pela educação. O que precisa é melhorar a qualidade das duas áreas, com maior número e melhor qualidade dos profissionais, além de melhoria na estrutura educacional.

A APP-Sindicato, entidade que representa 100 mil educadores no Estado tem que se organizar melhor para enfrentar esse debate e dialogar mais com a sociedade, sem parti pri, e sem qualquer bandeira ideológica, porque isso não leva a nada.

A “Estrela de David” como inspiração

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Na década de 1930 o nazismo identificava os estabelecimentos comerciais de judeus com uma “Estrela de David” na porta. Era a senha não apenas para o boicote, mas para facilitar o trabalho da Gestapo na captura de comerciantes judeus e familiares, que seriam enviados para os campos de concentração.

Essa estrela aí é a sugestão que muitos bolsonaristas raiz, caso da atriz Regina Duarte, divulgam nas redes sociais, para clarear ainda mais a lista de boicotes que circulam por todo o país, principalmente no Sul. Trata-se de uma tática nazista que a sociedade não pode aceitar, em nome da civilidade.

Rombo de R$ 70 bilhões

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Passadas as eleições governadores revelam: a redução do ICMS para viabilizar a queda de preços dos combustíveis no período eleitoral provocou um rombo de R$ 70 bilhões nas finanças dos estados e municípios. Consta que o prejuízo do Paraná foi de R$ 2 bilhões e o de Maringá, especificamente, se aproxima dos R$ 100 milhões. Vale lembrar que o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços é um tributo que não vai para os cofres da união, fica nas duas primeiras instâncias do poder. A renúncia que prefeitos e governadores foram obrigados a fazer, impactaram diretamente na saúde e na educação. Municípios grandes e médios como Maringá, que tem a administração plena do SUS, foram os mais prejudicados.

A democracia aguenta o tranco. Mas até quando?

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Três ministros do STF foram atacados por radicais bolsonaristas em Nova York e o bispo auxiliar de Belo Horizonte, Dom Vicente de Paula Ferreira, foi ameaçado por um bolsonarista armado, pouco depois de celebrar uma missa neste final de semana. É gente que continua inconformada com o resultado das urnas e tenta semear o caos, chegando ao absurdo de pedir intervenção militar no país.

Felizmente a democracia brasileira tem demonstrado solidez, resiste aos trancos que vem levando, mas as autoridades de segurança, o Ministério Público e o Poder Judiciário precisam fazer alguma coisa urgente para estancar essa sangria desatada.

Alívio lá, alívio aqui

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Para alívio da democracia ocidental e com reflexos positivos no Brasil  o Partido Democrata conquistou maioria (apertada, mas maioria) no Senado americano. Os republicanos trabalhavam com a perspectiva da massacrar os democratas nas eleições para o parlamento e governadores, porque isso fortaleceria Donald Trump, que tentará voltar à Casa Branca daqui dois anos. Felizmente, essa crônica da tragédia anunciada não foi escrita.  A civilidade, penhoradamente, agradece.

Até quando?

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Os protestos de bolsonaristas contra o resultado das urnas continuam causando transtornos em Maringá. Hoje, o bloqueio localizado na saída para Astorga dificultou a chegada de estudantes que iriam fazer a prova do Enem na Uningá. Alguns chegaram atrasados e não puderam participar.

Do outro lado da cidade, a coisa se complica em frente ao Tiro de Guerra e atrapalha até a chegada de ambulâncias ao Hospital Universitário, agravando ainda mais o estado de saúde de pessoas socorridas no trânsito ou vítimas de crimes na região. A pergunta que não quer calar é a seguinte: até quando as autoridades de segurança vão passar pano para essa situação esdrúxula? E o Ministério Público, continuará batendo tambor pra louco dançar?

Meninos, eu vi !!!

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Na inauguração dos refletores do Estádio Wiilie Davids o cracaço Roderley estava estreando pelo Coritiba contra o Grêmio Esportivo de Maringá, clube onde ele havia se destacado nos anos 60. De repente, ele pega uma bola no meio do campo e solta um canudo daqueles de estremecer estádio. A bola bateu na trave com tal força que parecia que a “cidadela” ia desabar em cima dos repórteres de campo que estavam sentados atrás da rede. Todos se assustaram, inclusive eu, ainda garoto e trabalhando como puxador de fios para o Loreto, técnico da Rádio Cultura, onde Antônio Paulo Pucca era o narrador.

Recordar é viver

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Em 2006 o então ministro do planejamento Paulo Bernardo veio a Maringá e aqui emitiu a primeira ordem de serviço para as obras do Contorno Norte. No seu discurso ele cravou: “A obra custará cerca de R$ 176 milhões”. Ao final, custou R$ 420 milhões, fora o que foi gasto depois para construir a segunda perna dos chamados “Viadutos Sacis”. Quem falou em superfaturamento, eu? Aaara, sô!