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De pai pra filho

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O professor tinha o hábito de pegar filmes toda sexta-feira para assistir em casa nos finais de semana. Era um dos principais clientes da locadora do Chico, que ficava ali na Avenida Morangueira, perto da UEM, onde o mestre  lecionava Geografia.

Numa certa manhã, faltando poucas semanas para a eleição presidencial de 2004, o pleito já estava praticamente definido. O sociólogo Fernando Henrique Cardoso,  chamado na embaixada brasileira dos Estados Unidos para voltar ao Brasil, assinar o Plano Real como ministro da fazenda e  disputar a presidência, levou aquela eleição de barbada. Mas o processo eleitoral seguia normal, os candidatos faziam campanha, o clima não era de ódio, era de disputa,mas de celebração da democracia.

O professor pegou a pilha de fitas no balcão, checou se era mesmo os filmes que havia escolhido e quando aguardava o atendente colocar  as fitas numa sacola plástica, eis que chega o dono da locadora e faz uma saudação característica do comerciante que quer  agradar o freguês:

-Olá professor, tudo bem com o senhor?

– Tudo bem. Ou  melhor, agora tudo mal. Pode  pegar essas fitas de volta e cancelar minha ficha que aqui não volto mais.

O professor virou as costas e foi embora sem o que tinha ido buscar. Motivo: o dono da locadora vestia uma camiseta com a foto do Lula estampada no peito. O professor, com quem, aliás, tive boas aulas de Geografia no curso de Estudos Sociais,  era Dalto Moro, pai de Sérgio, o juiz da lava-jato que se elegeu senador pelo Paraná este ano.

Conto essa história, que é verídica, apenas porque ela pode facilitar a compreensão sobre o ódio ideológico que Sérgio Moro tem da esquerda, e particularmente de Lula, que ele prendeu. O ódio ideológico, como se vê, pode ser endêmico e hereditário, inclusive passando de pai para filho.

É genocídio. Não tem outra palavra

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Genocídio de indígenas na terra Yanomami, onde o garimpo ilegal provocou a tragédia humanitária que escandalizou o Brasil nesta sexta-feira. O presidente Lula foi pessoalmente a Roraima ver a extensão do problema  e ficou chocado com as imagens e os dados sobre o número de crianças mortas em quatro anos por doenças evitáveis e desnutrição. A partir de segunda-feira a Polícia Federal começa a investigar  os fortes indícios de crime de genocídio na reserva atacada por garimpeiros com a conivência (por omissão) do governo Bolsonaro.  Das 570 crianças mortas de 2019 para cá, 505 tinham menos de 1 ano de idade. Além disso, houve muitos assassinatos por lá.

Ligeira semelhança

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Lembram que em postagem anterior eu disse que a mídia ainda iria falar muito de um certo “Coronel Cid”? Pois é, hoje ele virou centro das atenções por conta da demissão do ministro do Exército, pelo presidente Lula. Claro que as circunstâncias foram outras e bem diferentes, mas a troca de generais no Forte Apache me fez lembrar a demissão de Silvio Frota do gabinete militar  pelo presidente Geisel.

Pretensioso

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O ex-procurador e agora deputado federal Deltan Dallagnol disse , em entrevista à Gazeta do Povo, principal porta voz da direita no Paraná, que  “a Lava Jato virou bode expiatório do 8 de janeiro”.  Peraí: de onde Deltan tirou isso? Ninguém de bom senso faria uma ligação tão sem nexo quanto esta.

A PF agiu rápido

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A morte de crianças em aldeias indígenas no Estado de Roraima deixou o governo Lula alarmado. O presidente vai hoje naquele estado ver a situação de perto e anunciar providências urgentes para proteger a comunidade indígena ameaçada  de formas diversas. Mas a divulgação da viagem foi o suficiente para um homem de Boa Vista comentar em suas redes sociais: “Esta seria a hora de colocar uma bala na cabeça dele”. O suspeito foi preso ontem à noite pela Polícia Federal.

Hora de reler Victor Hugo

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Se fossem retirados das cadeias os brasileiros que cumprem pena por terem roubado um pão haveria espaço para os brasileiros que levaram esse homem a roubar esse pão. Acho que este é o momento de reler Victor Hugo e prestar mais atenção na realidade.

. Nelson Pradella

Me peguei pensando…

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Depois de ver Jorge Kajuru com a imagem de Álvaro Dias tatuada nas suas costas, pensei: em que lugar do corpo ele tatuaria Álvaro caso o ex-senador paranaense chegasse a presidência da república?

A Caixa de Pandora

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Tenente-coronel do Exército Mauro Cesar Barbosa Cid, “Coronel Cid”, que era ajudante de ordem do presidente Jair Bolsonaro. Guarde esse nome porque não demora e ele poderá estar em exposição  na mídia, sempre que o  assunto for cartão corporativo. A Caixa de Pandora já foi aberta e a mitologia, que não é a grega, pode complicar ainda mais a vida do mito, que não foi criado por Zeus, mas por um certo Steve Bannon.

Só podia ser o Kajuru

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Quem pensava que Jorge Kajuru era meio pinel, acrescente mais umas pitadas de loucura no jeito de ser do polêmico jornalista esportivo de outrora e hoje senador por Goiás. Ele surpreendeu o ex-senador Álvaro Dias esta semana ao mostrar o que Álvaro não tinha visto ainda. Olha só o rosto de Dias, tatuado nas costas do Kajuru, que ostenta também as caras do Datena e da Adriane Galisteu.

Façam só o que eu digo…

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O senador eleito Sérgio Moro tem criticado duramente a composição do governo Lula, repudiando as indicações políticas para o segundo escalão, principalmente. Enquanto isso aqui no Paraná ele tenta emplacar o maior número possível de indicados seus para o governo Ratinho Júnior. Isso é coerência, o resto é conversa pra boi dormir.