A lógica e a história são elementos fundamentais para o exercício do bom jornalismo. Sem isso, o que o profissional da área produz pode ser fake news ou no mínimo,  inconsistências. Digo isso para lembrar que logo após o tiroteio de Paraisópolis, em São Paulo, o âncora do programa O É DA COISA, da Band FM, Reinaldo Azevedo, corrigiu o repórter que entrou ao vivo dizendo: “Acabaram de cometer um atentado contra a candidatura Tarcísio de Freitas”. Azevedo, respaldado pela lógica, interviu: “Vamos ter calma com isso aí. Será mesmo que foi um atentado contra a campanha do candidato bolsonarista a governador?”.

Azevedo disse isso respaldado na lógica. Afinal, a quem interessaria promover o tiroteio? Se achavam que era coisa da campanha de Lula, tiveram que virar o disco rapidinho, porque os fatos mostraram que o tiroteio foi promovido por seguranças do próprio Tarcisio de Freitas, com o intuito de criar um fato político favorável à sua campanha e à campanha de Bolsonaro.

Reinaldo Azevedo concluiu , então, no calor dos fatos: “Seria extrema burrice algum adversário do bolsonarismo produzir um fato lamentável como este, que prejudicaria Haddad e Lula numa tacada só”.

O deputado Ricardo Barros, líder do governo na Câmara, criticou duramente a Justiça Eleitoral, dizendo  há pouco, com o coração até aqui de mágoa,  que o TSE funcionou como cabo eleitoral de Lula. E pasmem: disse que foi absurda a proibição de armas nas seções eleitorais. E, pra não dizer que não falou das flores, desceu a borduna nas pesquisas .

Mas, se eu bem conheço Ricardo Barros, antes do fim do mandato de Bolsonaro, em 31 de dezembro, ele pula fora do barco e passa a costear o alambrado do lulismo. Uma coisa ninguém pode negar a RB: a coerência. Não importa quem esteja da presidência, ele é governo sempre. Não é atoa que foi vice-líder do FHC, do Lula e da Dilma; ministro do Temer e líder do Bolsonaro. Como diria o nosso simpático amigo Baianinho Engraxate: “Eita coerência pai dégua!”.

De acordo com dados do Sistema de Gerenciamento Militar de Armas, o SIGMA, o número de armas registradas no país em agosto e setembro subiu 70% em relação ao mesmo período de 2021, que aliás, já era considerado alto. É assustador.

Terminou há pouco na Globo o debate dos candidatos ao governo de São Paulo. Um debate de bom nível, de questionamentos duros mas sem ofensas pessoais. Mas Fernando Haddad, com habilidade incrível,  colocou Tarcísio de Freitas várias vezes em saia justa, principalmente sobre seu desconhecimento dos problemas do Estado , onde ele só foi morar agora na campanha. Tarcísio não conseguiu explicar também e se mostrou muito embaraçado ao ser instado a falar sobre o tiroteio da Favela de Paraisópolis, que ele tentou atribuir indiretamente ao PT mas que ficou claro que foi provocado por um segurança da sua campanha. O formato foi o mesmo da Band entre Lula e Bolsonaro, que será repetido nesta sexta-feira na Globo entre os dois candidatos a presidente. O confronto Haddad x Tarcísio foi praticamente um esquenta para o debate de hoje, até porque os dois candidatos nacionalizaram muito as discussões no tete-a-tete.

Nós paranaenses, sobretudo do Norte, temos ligações históricas com São Paulo e por isso estamos sempre ligados a qualquer grande acontecimento do estado vizinho. Hoje, por exemplo, a Globo promoverá depois de Travessia um debate entre os candidatos a governador Fernando Haddad e Tarcísio de Freiras. O primeiro é Lula e o segundo , Bolsonaro. Tarcísio estava disparado na frente até semana assada, mas o petista encostou. Portanto , é um debate que promete. E certamente será de bom nível, como foi o do primeiro turno.

Somando as duas suspensões, em 2019 e 2020, o júri do Caso Sevilha chegou a cerca de 38 dias. Foi o mais longo da história de Maringá e seguramente um dos mais longos da história do Paraná. Terminou sábado de madrugada, após 18 dias a fio, no Fórum Trabalhista. O crime ocorreu em 2005 quando  o auditor fiscal José Antônio Sevilha foi executado a tiros no Jardim Novo Horizonte.

O empresário Marcos Gotllieb foi  apontado como mandante do crime. Ele vinha sendo investigado pelo auditor e já havia sido multado por ele em R$ 100 milhões por importações fraudulentas de brinquedos. Aguardava julgamento em liberdade e foi condenado a 30 anos de prisão, em regime fechado. O pistoleiro Fernando Renea da Costa pegou 32 anos e 8 meses de cadeia. O julgamento foi acompanhado desde o início por diretores do Sindifisco, o Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal.