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Um câncer a ser extirpado

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A eleição, sobretudo a presidencial, tem que ser um espaço para os candidatos debaterem os problemas do país e dizerem claramente ao eleitorado o que pretendem fazer para mudar a situação, quando ela é caótica como ocorre agora. Portanto, não se pode aceitar o uso de fake news, por meio de disseminação de vídeos manipulados com a finalidade de desqualificar, e em alguns casos, até satanizar,  candidato A ou B.

Quando a baixaria se dá na área religiosa e de costumes, aí então torna-se  muito mais grave. Esse desserviço à democracia precisa ser combatido com vigor, um vigor que o TSE ainda não demonstrou e que por enquanto está apenas no discurso duro do presidente Alexandre de Moraes.

Bolsonaro em reunião da maçonaria e Lula em pacto com o demo? As imagens do atual presidente numa solenidade de maçons são reais, mas e daí? Qual o problema?  A pauta que o Brasil precisa ver discutida não passa por questões religiosas e muito menos de costumes. Mas é extremamente grave e caso de polícia, o vídeo que falseia um pacto de Lula com o coisa ruim. Além de criminoso, este vídeo é a expressão máxima da canalhice. A fake, seja de que lado for, para atingir quem quer que seja, é sem dúvida, o câncer dessas eleições.

Desqualificação perigosa

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Há um bombardeio pra cima das pesquisas por não apontarem o crescimento de Bolsonaro, que estava na faixa de 36% e terminou com 43%. A virada ocorreu no sábado e tinha eleitor decidindo em quem votar só na hora de  sair para a sua sessão eleitoral. Mas já na sexta-feira os institutos detectavam um movimento de indecisos e de eleitores de Ciro e Tebet em processo de migração para um dos dois candidatos da ponta.

 Portanto, essa desqualificação das pesquisas é injusta e perigosa, porque a rigor, o único mecanismo de que a população dispõe para não chegar ao dia da eleição feito biruta de aeroporto é exatamente a pesquisa. O que considero erro grave dos institutos são as avaliações de governador e senador em vários estados. Aí sim, houveram erros inaceitáveis, que precisam ser corrigidos.

Desacreditar as pesquisas é absurdo

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Há um bombardeio pra cima das pesquisas por não apontarem o crescimento de Bolsonaro, que estava na faixa de 36% e terminou com 43%. Ocorre que a virada ocorreu no sábado e até a caminho da urna tinha eleitor decidindo para quem votar. Havia o voto envergonhado em Bolsonaro e também o envergonhado e temeroso em Lula. O massacre para cima dos institutos é um desserviço à democracia e faz parte de uma estratégia contra as sondagens neste segundo turno. Mas vai ser difícil evitar que Data Folha e Ipec, por exemplo, comecem já esta semana a divulgar pesquisas de segundo turno. Aliás, a primeira deve sair nesta quarta (IPEC) e na quinta a do Datafolha.

Barros quer ferrar os institutos

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Ricardo Barros quer ir pra cima dos institutos de pesquisa, porque erraram feio na semana do primeiro turno da eleição presidencial. “O histórico de erros dos institutos é muito longo”, disse o líder do governo Bolsonaro, que já teve um instituto de pesquisas em Maringá e que de tanto errar desapareceu. Quem não lembra do Databarros?

Depende do TSE

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Beto Richa ficou como primeiro suplente de deputado federal pelo seu partido, o PSDB. Mas pode assumir caso o TSE mantenha decisão do TRE do Paraná, que indeferiu a candidatura de Jocelito Canto, o titular da vaga com 74.348 votos contra 64.868 do ex-governador.

Reflexão de uma 2a. feira braba

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A cultura política brasileira vem trocando as bolas nos últimos tempos e coloca como sujeira na disputa eleitoral a chuva de santinhos nas ruas e não o jogo sujo de bastidores, que chega a feder esgoto. Saudade dos tempos em que os cabos eleitorais , com suas bandeiras e papéis esparramados pelas calçadas , iam às ruas com determinação pedir democraticamente, voto para seus candidatos. E tudo em clima de festa, sem ameaças de violência física, a não ser uma escaramuça aqui e outra acolá. Bons tempos em que os candidatos eram mais propositivos, o espírito democrático predominava e o ódio fazia mal era para quem o alimentava. Hoje, por mais difuso que seja o conceito de esquerda e direita, o preconceito ideológico centrou praça nas cabeças, corações e mentes. Esse é o grande busílis de uma sociedade que parece ter perdido seu eixo.

Curiosidade eleitoral

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O ex-governador do Maranhão e agora senador Flávio Dino participou do mesmo concurso da magistratura que fez dele e de Sérgio Moro juízes federais. Dino foi o primeiro colocado e Moro o penúltimo, mas os dois se tornaram juízes e viraram políticos. Agora, vão se reencontrar no Senado, separados apenas pela barreira ideológica, porque esta é intransponível.

Sem novidades

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Maringá mantém os deputados federais que já tinha, sem chance para nenhum novato. Estão reeleitos: Sargento Fahur (161.261 votos), Ricardo Barros (106.787 votos), Enio Verri (94.045 votos) e Luiz Nishimori (71.991 votos). Para a Assembleia Legislativa o eleitor maringaense manteve o Delegado Jacovós, a Maria Vitória, o Soldado Adriano e premiou com a volta à Casa o deputado Do Carmo, que havia perdido o mandato com a cassação do Francischini. Dr. Batista ficou fora.

Simone se rebela contra o muro

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Bolsonaro ficou atrás no percental de votação mas largou na frente de Lula com os resultados de eleições estaduais para governadores e senadores. Mas Lula, que já tinha arregimentado uma verdadeira frente de lideranças, começa já nesta segunda-feira a costurar apoio de dois candidatos que surgiram como promessa de terceira via – Ciro Gomes e Simone Tebet. Ciro é um poço aré aqui de mágoa, mas se for novamente para Paris, seu partido, o PTD irá de Lula, independente a posição de seu candidato a presidente. Tebet já deu a letra ontem mesmo. Deixou claro que não irá se omitir e que os partidos que a apoiaram terão que decidir rápido de que lado estarão no segundo turno. Pela postura que mostrou ao longo da campanha, certamente com Bolsonaro ela não vai. Mas ficar em cima do muro, definitivamente não ficará. Então…

Que o palanque não vire octógono

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As pesquisas erraram? Não creio que seja tão simples assim. Errou a ciência política ao não conseguir perceber que a onda conservadora que varreu o país em 2018 não se dissipou. E que a pauta social, de combate à miséria e principalmente à fome, não sensibiliza tanto quanto a pauta de costumes, o que convenhamos é uma tragédia para o país. Mas que não se culpe o eleitor, porque mais uma vez restou provado que a esmagadora maioria se move mais pela emoção do que pela racionalidade.

Vamos, pois, ter um segundo turno muito pegado, como se diz em relação a um clássico no futebol. O jogo será bruto e caberá às lideranças políticas de juízo, colocar a bola no chão e convencerem os dois candidatos, principalmente Bolsonaro, que eleição é o ponto alto da democracia e não uma luta de UFC em que o palanque eleitoral vira octógono.