Depois de querer privatizar a Copel e depois de aumentar a alíquota do ICMS para cobrir o rombo da renúncia fiscal dos combustíveis no período eleitoral, entre outras travessuras, o governador do Paraná vai mais fundo no seu projeto de desmonte do estado, agora com a proposta de reduzir os concursos públicos. Para espanto dos paranaenses sensatos, a proposta tramita em regime de urgência na Assembleia Legislativa em forma de Emenda à Constituição do Paraná.
Na verdade, há um pacotaço de projetos com medidas administrativas que desmontam a estrutura do Estado. E a Assembleia Legislativa, onde Ratinho Júnior tem maioria, tenta fazer cabelo, barba e bigode, com muito queijo e nenhum pejo. E assim, Ratinho rói a roda que move a máquina pública estadual, fazendo Zacarias de Góis e Vasconcelos, o baiano que fez a transição da província do Paraná para Estado, revirar no túmulo.
Na avaliação do professor Rodrigo Kanayama, da Universidade Federal do Paraná, ao fim e ao cabo, o que o governador pretende é diminuir os recursos públicos para contratar, por exemplo, professores, técnicos, médicos e enfermeiros para o SUS, sobretudo nos municípios onde a gestão do sistema não é tripartite. Resumo da ópera: desmontar os serviços públicos com tal volúpia é querer jogar a estrutura do Estado na privada.