Desde que a televisão entrou em cena nas campanhas eleitorais, Maringá sempre teve debates. E a Band, que toda eleição sai na frente, parece que este ano resiste em cumprir o papel histórico da rede dos Saad. A coisa tá muito estranha. Ao ponto do petista Humberto Henrique iniciar um movimento para forçar as TVs locais a promover debates no primeiro turno. A pergunta que não quer calar é: quem está por trás dessa resistência desrespeitosa com o eleitor? Quem ? Quem? Tenho cá minhas suspeitas, mas deixa pra lá por enquanto.
Sem debate. Por que?
A Band fez debates esta semana em Curitiba, Londrina e Cascavel. Não promoveu em Maringá porque dois candidatos não quiseram debater. Por que será? Medo do enfrentamento? Falta de propostas ou rabo de palha? O candidato Humberto Henrique ficou indignado com o fato. Ou melhor, com a fuga. E eu acrescentaria: são 5 candidatos, qual seria o problema da emissora fazer o debate com 3? E por que o segredo de não revelar o nome dos desistentes.
Morno, com pequenas estocadas
O primeiro debate dos candidatos a prefeito de Curitiba, realizado anteontem pela Band, foi morno como era de se esperar. O momento mais quente foi quando Roberto Requião foi pra cima de Luciano Ducci, que tenta se posicionar como o candidato da esquerda e do setor progressista. Requião, que também se identifica como tal e tem história para justificar suas posições, destacou, ponto por ponto, as incoerências de Ducci. A maringaense Maria Vitória, que concorre pelo “PP do papai”, ficou na dela, fugindo de qualquer confronto e por isso mesmo deixando guardadinha a vara curta de cutucar onça.
O revolucionário que virou ditador sanguinário
No apagar das luzes da década de 70 o mundo civilizado torceu muito pelas tropas do Comandante Zero e vibrou com o fim vitorioso da revolução sandinista. E sob aplausos dos progressistas que nunca engoliram e nunca vão engolir uma ditadura, Daniel Ortega assumiu o governo da Nicarágua. O que ninguém esperava é que o braço direito do Comandante Zero fosse , quase meio século depois, se transformar numa versão moderna de Anastácio Somoza.
A alegria da vitória e a dor da tragédia
A tragédia e a conquista no mesmo dia, separadas por algumas horas. Cascavel, Vinhedo e Paris. O choro de desespero pela perda. O choro de alegria pela vitória. Pêsames e parabéns. As transmissões pelas televisões como espetáculo de tristeza e alegria. Misturados e arremessados no meio da sala. O coração perdido.
. Zé Beto
Por que o mundo se cala?
O carniceiro Benjamin Netanyahu continua massacrando o povo palestino impunemente. Ontem matou mais 100, de uma só vez, quando o seu exército assassinou brutalmente os ocupantes de uma escola na área de Daraj, em Gaza. Enquanto isso o governo dos EUA anuncia a destinação de 3,5 bilhões de dólares para Israel gastar em armas e equipamentos militares. Isso porque o presidente atual é um democrata. Imagine se fosse um republicano.
O que também deixa qualquer pessoa que tem apreço pela vida humana estupefata é o silêncio do mundo ocidental diante de tanta atrocidade.
Um “gorila” e o livro
Quando entraram no meu apartamento e me levaram com minha mulher preso, levaram também minha biblioteca, principalmente um livro que o cara do DOI-Codi achou que era um manual de guerrilha. O livro chamava-se Comunidades Primitivas, de uma antropóloga americana conservadora de nome Ruth Benedict. O gorila pensou: “comunidade é coisa de comunista”.
. Juca Kfouri (jornalista)
Moro, suas novas e velhas tretas
O União Brasil, partido do novo cacique da política paranaense, conhecido como Sérgio Moro, vetou duas candidaturas em Maringá. Uma é do deputado Do Carmo, que trabalhava para disputar a sucessão municipal e que deu o troco, com acusações contra o algoz que o havia acusado de achacar sacoleiros quando estava na Polícia Rodoviária Estadual. Ontem, o UB defenestrou o candidato a vereador André Almenara, alvo de investigações da Denarc por suposto envolvimento com uma organização criminosa. De acordo com o Blog do Tupan, Do Carmo vai acionar o senador Moro na Justiça, o que deve esquentar ainda mais o clima dentro do partido do qual se assenhorou o ex-juiz da Lava Jato.
Só lembrando que Moro andou ali para ter seu mandato cassado pelo TSE por abuso do poder econômico e está às voltas com denúncias levantadas na Operação Spoofing. Por conta da sua questionada atuação na Operação Lava Jato, há contra ele no STF uma denúncia formulada pelo empresário Tony Garcia , que ainda vai dar muito o que falar.
O novo ou novo velho?
Enfim a Assembleia Legislativa do Paraná terá um novo (ou seria um novo velho?) presidente. Alexandre Curi, neto do velho Aníbal , será eleito para substituir Traiano. A nova mesa executiva ficará assim:
Presidente – Alexandre Curi (PSD)
1ª vice – Flávia Francischini (UB)
2ª vice – Delegado Jacovós (PL)
3ª vice – Fadel (PSD)
1ª secretaria – Gugu (PSD
2ª secretaria – Maria Victoria (PP)
3ª secretaria – Requião Filho (PT)
4ª secretaria – Amaro (Rep)
5a. Secretaria – Goura (PDT)
A grande dúvida é se teremos novas práticas na Alep ou apenas velhas práticas com novos formatos?
A lógica da familiocracia
A politica é encarada como um bem, que passa de pai pra filho (ou filha), de marido pra mulher, de irmão para irmão e a aí vai. A familiocracia , ou clã, como preferirem, busca sempre se perpetuar no poder, seja o poder local ou regional. Alguém conhece uma família assim em Maringá?