O site Repórter Brasil relembra que a maioria dos deputados federais que votaram pra prender meninas vítimas de estupro que abortam , também defenderam e votaram a favor do projeto de lei que libera agrotóxicos. Alguém esqueceu de dizer para esses “ilustres” representantes do povo que agrotóxico também provoca aborto.
Reflexão de uma segunda-feira fria
A facada cá e o tiro lá são exemplos emblemáticos de que o discurso de ódio cria uma correia de transmissão da violência que às vezes transforma em vítima o próprio pregador
A política como negócio de família
Sarney dominou o Maranhão por muitos anos colocando na política os filhos Zequinha e Roseana; Antônio Carlos Magalhães liderou a política baiana por algumas décadas e transformou em líderes partidários o filho Luiz Eduardo, que morreu prematuramente de infarto e o neto ACMinho, atual prefeito de Salvador. Esses são dois casos emblemáticos de líderes políticos brasileiros, literalmente de família.
Temos um caso regional, que é o da família Barros, em Maringá. O patriarca Silvio Magalhães Barros I não viveu para ver a ascensão meteórica do filho Ricardo na política maringaense. Ricardo foi prefeito (o mais jovem da história da cidade), chegou a deputado federal e da Câmara não saiu mais. Ali foi vice-líder de Fernando Henrique Cardoso, de Lula, de Dilma, ministro da saúde de Temer e líder de Bolsonaro. Atualmente é secretário de estado do governo Ratinho Jr. Na esteira dessa influência, elegeu a mulher deputada, vice governadora, fez do irmão prefeito de dois mandados e em vias do chegar ao terceiro e da filha, deputada estadual.
Esse tipo de patriarcalismo é danoso para o município, para o estado e para a União, porque reduz a política partidária a negócios de família. Em muitos casos, os chamados clãs constroem verdadeiros impérios econômicos, nunca tipificados como tal, pois são império$ que sobrevivem na sombra, exatamente para não suscitar críticas, denúncias e sobretudo, ações investigatórias do Ministério Público.
Agora vemos surgir no Brasil uma nova dinastia. A diferença das duas citadas é que nessa o objetivo claro é o da autoproteção, visto que do pai Jair Messias ao caçula Jair Renan, estão todos sob a mira da Polícia Federal e da Justiça. Ainda bem que o reino da imunidade, como capa protetora da delinquência política, está com os dias contados.
Tudo bem com o capitão
Carlos Caetano Bledorn Verri, o Dunga, sofreu um acidente de trânsito neste sábado na BR-116 em Campina Grande do Sul no Paraná. De acordo com a Polícia Rodoviária Federal o ex-jogador e técnico da seleção brasileira de futebol ia de São Paulo para Curitiba quando perdeu o controle da direção do carro e bateu em um barranco, num momento em que chovia muito. Ele e a esposa foram levados para o Hospital Angelina Carron, em Curitiba, mas sem gravidade, de acordo com boletim médico divulgado no final da tarde.
Só pra lembrar: Dunga foi o capitão da seleção tetracampeã na Copa do Mundo dos dos Estados Unidos em 1994.
É o PP consolidando o ricardismo
O PP promove nesta segunda-feira em Curitiba um encontro de suas lideranças regionais como pontapé inicial à preparação dos candidatos do partido a prefeitos e vereadores. Não precisa ser adivinhão pra saber que todos deverão ler na cartilha elaborada por Ricardo Barros, o mago da “política de resultados”. Haverá transmissão on-line para os pré-candidatos que não tiverem condições de ir até a Capital do Estado. A presidente do PP-PR é a deputada estadual Maria Vitória, filha de Ricardo, que parece trazer no DNA a verve do pai.
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Um projeto de poder, claro e cristalino
Está cada vez mais claro que já na condução da Lava Jato Sérgio Moro tinha um projeto pessoal de poder. Prendeu Lula por um triplex que nunca deixou de pertencer à OAS do delator Leo Pinheiro e ao tirar de cena o favorito daquela eleição presidencial possibilitou a chegada de Jair Bolsonaro ao poder. Por uma dessas coincidências que só a política rasteira permite, acabou ministro da Justiça do novo presidente da república em 2019 e de cujo governo foi defenestrado tempos depois.
Moro tentou se eleger presidente em 2022 e foi barrado no baile pelo seu partido da ocasião, o Podemos. Aí voltou correndo com seu domicílio eleitoral para Curitiba, mas deixou o da esposa em São Paulo para que ela se tornasse deputada federal. E ele se elegeu senador pelo Paraná, o que prova que o oportunismo é uma ferramenta eficaz na tal política de resultado.
Agora, como líder estadual do União Brasil, articula pra ser candidato a governador do Paraná. Claro, se o cavalo passar encilhado ele monta para marchar em direção ao Palácio do Planalto. Atualmente, corre o interior do Estado para turbinar candidaturas do União às prefeituras e câmaras municipais, porque afinal de contas, 2026 é logo ali. Hoje me peguei pensando: quem será o candidato do ex-juiz a prefeito de Maringá?
O arraiá sem Mário
Mário Verri não pode usar, pelo menos antes da eleição, o seu sobrenome no “Arraiá do Mário”. Esta semana teve festa julina no Espaço Verri e atendendo denúncia do Ministério Público Eleitoral, a juíza Daniela Palazzo Chede Bedin, da 137ª Zona Eleitoral, mandou tirar o nome Mário Verri da tradicional festa. Não deixa de ser propaganda eleitoral, né memo?
O i da coisa
Dudu Bananinha, o 02, entregou ao presidente argentino, Javier Milei a tal “medalha dos 3 i” (imbrochável, imorrível e incomível). Muitos presentes sorriram envergonhados, como foi o caso do governador de São Paulo Tarcísio de Freitas, que gostaria de cair fora do bolsonarismo, mas não pode porque pretende ficar com o espólio. Ou seria com os ossos do barão?
É bom saber
Dos dois deputados federais maringaenses que votaram no projeto de anistia dos partidos que cometeram irregularidades e queriam o perdão de R$ 25 bilhões de dívidas, um votou a favor e o outro contra. O favorável foi Luis Nishimori e, acredite, o não foi do Sargento Fahur. Pode acreditar também: a presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann, votou sim, o mesmo acontecendo com Zeca Dirceu.
Se assim é que lhe parece…
Não acredito em unanimidade e nem em reputações. O que nós chamamos de reputação constitui a soma de todos os equívocos que uma pessoa suscita. Geralmente ocorre a seguinte incoerência: – o sujeito é uma coisa e sua reputação outra. (Nelson Rodrigues)