Posso estar redondamente enganado mas algo de positivo está acontecendo no centro de Maringá. Tenho a sensação de que o projeto do Eixo Monumental em andamento pode voltar a dar vida social ao que o saudoso Lenin Schmitid chamava de quadrilátero central. Podem observar, mas alguns prédios abandonados estão em reforma e outros, como o do antigo Banestado, já foram revitalizados e abriga a parte administrativa de uma grande empresa. O da esquina da Av. Getúlio Vargas com Rua Santos Dumont já abriga a Casa da China. Tenho comigo que a reforma da Praça Raposo Tavares, do prédio do antigo Cine Plazza e uma boa maquiada no Centro Comercial, além é claro, da transformação da Getúlio em calçadão, vão trazer de volta o burburinho ao coração de Maringá, inclusive após às 18h. Porque vamos e venhamos: quando começa a escurecer, o centro da cidade vira um cemitério e a ausência de vida social e econômica torna a área muito perigosa. Basta ver o número de ocorrências policiais que ocorrem semanalmente naquele pedaço, que um dia já foi considerado nobre.
Para além da festa junina
Foi-se o tempo em que a gente só via quadrilha em São João e São Pedro. Hoje, quadrilha é coisa que se vê de janeiro a janeiro.
O caso é de saúde e não de polícia
Uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa. Pelo menos em relação ao debate que é travado atualmente no STF, sobre o porte de droga, principalmente maconha. A Suprema Corte já formou maioria para separar definitivamente o dependente do traficante. Quem trafica deve estar na mira da polícia, mas o viciado não é caso de polícia, mas de saúde pública. A simplificação de problema tão complexo não ajuda em nada no combate a essa chaga que tanto mal faz à sociedade. O dependente é uma vítima e sua criminalização só ajuda o fortalecimento do tráfico. Assim como o PL do aborto turbina o discurso de ódio no país.
O PL abjeto no olho do furacão
O tal “PL do estupro” será um dos temas mais quentes da campanha eleitoral desse ano, ainda que esteja engavetado até o fechamento das urnas. Candidatos do campo progressista consideram a proposta oportunista e sacana, na medida em que criminaliza a vítima de estupro que se fizer aborto poderá pegar pena bem maior que a do estuprador.
Mas as críticas não ficam circunscritas a esse debate conceitual que coloca frente a frente civilidade e barbárie. Há quem, como o experiente político de esquerda Roberto Requião, que vê o projeto de lei de um tal Sóstenes Cavalcante “como um ‘divertimento’, do italiano ‘divertere’, ou seja, desviar do que realmente importa!”. E o que importa nesse momento são pautas como a regulamentação da reforma tributária, a melhoria da saúde e da educação, que está sendo bombardeada no Paraná com a privatização encaminhada pelo governador Ratinho Júnior.
Requião na campanha do “respire fundo”
O ex-governador e ex-senador Roberto Requião saiu do PT e ingressou num partido que ninguém sabia da sua existência. O tal Mobiliza nem tem tempo de TV, mas Requião vai disputar a prefeitura de Curitiba, pelo que se deduz, só pelas redes sociais e na sola do sapato. Diz estar preparado para o corpo-a-corpo apesar dos seus mais de 80 anos de idade. O número do Mobiliza é o 33. Quando estiver conversando com os eleitores o experiente Requião se despedirá: “Respire fundo e diga 33”. Talvez adicione no até breve: “Nunca esqueça que 33 era a idade de Cristo quando o Messias foi crucificado”.
Tudo como dantes no quartel de Abrantes…
O caso Ademar Troiano mostra que o Brasil é mesmo uma república das bananas. O presidente da Assembleia Legislativa do Paraná, acusado de corrupção, confessou ter recebido propina para beneficiar um empresário do setor de comunicação e até devolveu o dinheiro recebido, com a devida correção. Mas o crime foi cometido e mesmo que tenha havido ressarcimento, isso não apaga o delito. Mas no caso de Troiano apagou. Tanto que ele continua presidente da Alep, como se nada tivesse acontecido.
“O mundo gira, girou, as provas vieram e hoje eu digo com provas porque o próprio presidente da Casa assinou e confessou um crime de corrupção. Pois bem, corrupto é”, disse da tribuna da Casa o deputado petista Renato Freitas, que se pudessem os aliados de Traiano já teriam cassado.
A hora é agora
A Agência Reguladora de Serviços Públicos Delegados do Paraná (Agepar) está abrindo consulta pública para que os paranaenses deem sugestões para uma nova política tarifária da Sanepar. Este é o momento dos consumidores questionarem, por exemplo, o critério de 80% sobre a conta de água aplicados na tarifa de esgoto. Considerando que saneamento básico é vital para a qualidade de vida e saúde da população, tarifas tão elevadas como a da coleta de esgoto, fazem um mal danado à saúde financeira das famílias pobres.
Não me venham com essa história de tarifa social, porque cada governo adota um critério para enquadrar as famílias necessitadas. Quando Jaime Lerner assumiu o governo do Paraná ele alterou os critérios estabelecidos nas gestões Requião e com uma canetada , excluiu milhares de consumidores do benefício.
Não tem como esquecer
O grande jornalista e poeta maringaense A.A. de Assis, guru de toda uma geração de escribas, chegou dia desses no Jornal do Povo e ao me cumprimentar disse: “Quero te dar um presente que sempre que você manuseá-lo vai se lembrar de mim”. Dias depois me levou o presente, mas como o elevador da Galeria Metrópole estava em manutenção ele entregou a encomenda ao porteiro, que foi pela escada levar pra mim. Era um livro autobiográfico do Barack Obama, Comecei a ler este final de semana, tem quase 800 páginas e fui lendo sem vontade de parar. Estou encantado, com a história do casal Barack-Michele e imensamente grato pelo presente, sem dúvida um dos melhores que ganhei. Com certeza lembrarei do arquiteto das letras A.A. de Assis cada vez que passar a mão no best seller. Assim como nunca esqueci do meu amigo Samuel Veríssimo, hoje professor de Biologia da UEM, quando trabalhava comigo na TV Cultura e me deu de presente de amigo secreto o livro “Confesso que Vivi”, de Pablo Neruda.
Coisa de analfabeto informático
Um probleminha de ordem operacional , talvez decorrente do analfabetismo informático do blogueiro , tem me impedido de entrar regularmente na página de postagens. Consequentemente, também não estou conseguindo ver e nem liberar os comentários. Obrigado aos leitores que me seguem, pela compreensão e sobretudo, paciência. Com a ajuda do meu filho Alexandre tento manter o blog atualizado, sempre, como diria o Baianinho Engraxate, “com aquela deficiência peculiar”. Mas, repetindo o sábio baiano de Jacobina, que Deus o tenha : “Vamo que vamo”.