O Brasil não se atentou ainda para a gravidade do mercado de emendas parlamentares que o ministro do STF Flávio Dino está tentando disciplinar , mas levando muita paulada por exigir transparência no processo de destinação e uso das verbas, distribuídas a parlamentares e por parlamentares pulverizadas em suas bases eleitorais. Não há nada mais abjeto na política brasileira do que isso. Pelo menos 20% do Orçamento da União é sequestrado pelo Congresso , cujo papel constitucional é o de fazer leis e fiscalizar o Executivo, porém jamais se imiscuir na gestão pública.
Antes tínhamos as emendas parlamentares tradicionais e as emendas de bancadas, imorais todavia, porém aceitável sem que a gente precise tomar engove. A partir da presidência da Câmara exercida por Eduardo Cunha, os deputados colocaram uma camisa de força na presidente Dilma, que foi apeada do poder por tentar resistir à pouca vergonha. Hoje surgiram outros tipos de emenda, as tais emendas do relator, que são impositivas, e as emendas pix, que o deputado repassa aos prefeitos de suas bases, sem exigir aplicação em obras necessárias e muito menos prestação de contas.
O problema maior está mais na Câmara dos Deputados, que se antes tinha um Eduardo Cunha da presidência, agora tem um Arthur Lira, o qual tenta dia sim e dia também, colocar o presidente da república de joelhos. Que país aguenta uma classe política como essa? Mas, fazer o que. Melhor é levar a reflexão de Sir Winston Leonard Spencer Churchill ao pé da letra: “A democracia é o pior regime que existe, com exceção de todos os outros”.