As altas cortes de justiça do país, principalmente o STF e o TSE, tiveram suas imagens desgastadas pelos ataques constantes do bolsonarismo. Isso explica a fraquejada do Tribunal Superior Eleitoral no julgamento do mandato de Sérgio Moro, que foi ministro do ex-presidente. O placar de 7 a 0 foi sim uma forma dos ministros, inclusive Alexandre de Moraes, demonstrarem que não perseguem ninguém, conforme avaliação da articulista Helena Chagas, no portal 247.
A Globo e seus recados subliminares
Como fez com Fernando Collor (lembram-se do caçador de marajás?), a Rede Globo trabalha, sub-repticiamente, a candidatura do bolsonarista Tarcísio de Freitas para a sucessão de Lula em 2026. Não é obra do acaso o uso do garoto propaganda e moleque de recado Luciano Huck, o encantador de serpente da ex-Vênus Platinada , que domingo sim e domingo também dá seus recados de boas vindas à Faria Lima. No caso específico da catástrofe do Rio Grande do Sul, o problema não está na benevolência do apresentador mas nas suas mensagens subliminares de minimização do papel do estado e enaltecimento, apenas das ações privadas de socorro às vítimas, ignorando a atuação dos governos federal, estadual e municipais.
Por trás de tudo isso está o projeto político da direita brasileira, o que explica em certa medida a timidez com quem Huck trata o nefasto instituto da fake news. Trabalhar a volta da direita ao centro do poder é missão a que a Globo se dedica desde as eleições de 1989, embora suas ações em passado recente tenham sido desastrosas, pois contribuíram largamente para o surgimento dos Outsiders Fernando Collor de Mello e Jair Messias Bolsonaro.
Ainda tem muita tela pela frente
Um dos principais algozes de Moro atende pelo nome de Tony Garcia, o empresário que foi vítima da Lava Jato e que levou um verdadeiro dossiê para calçar a ação que ele entrou contra o ex-juiz no STF. As denúncias de Garcia são gravíssimas e quem manuseou os documentos e o entrevistou, como o jornalista investigativo Joaquim Ribeiro de Carvalho (TV 247), garante que provas cabais ali é mato. Calma, senador, o filme é CinemaScoope e tem muito mais tela…
Moro escapa, mas devia dormir sem essa
“É inegável que a condição de Moro já era privilegiada. Mas, para a cassação de registro, a Justiça Eleitoral exige provas cabais”, disse o ministro Alexandre de Moraes, o último a votar na condição do presidente do TSE, em favor de Sérgio Moro. Assim, o senador mantém seu mandato e com a fala do Xandão ao avalizar sua absolvição, Moro levou um tapa com luva de pelica. Sim, “condenar exige provas cabais” e dessa forma, o juiz da Lava Jato respirou aliviado mas teve que engolir essa.
Tem mais: o relator do caso no Tribunal Superior Eleitoral, Floriano de Azevedo Marques, votou pela absolvição do senador Sergio Moro (União Brasil-PR), mas fez uma série de indiretas durante a leitura de seu voto. Entre outras coisas, deixou aberta a porta para a continuidade das investigações : “Transcende o âmbito de uma Aije (Ação de investigação judicial eleitoral) aplicar penas pela prática de crime ou de ato de improbidade, mesmo que cabalmente estivessem comprovados. Nada obsta, contudo, que o Ministério Público aprofunde investigação sobre esses fatos.”
Bom candidato
Vi agora no blog do Rigon que o advogado Ozório Campaner é candidato à presidência da OAB/Maringá. Formado há três décadas pela UEM, é mestre em direito do trabalho e professor de graduação e pós-graduação em vários cursos de Direito Paraná a fora. Com certeza, a OAB Maringá terá um presidente à altura do atual momento histórico. A Ordem dos Advogados do Brasil, inclusive a secional de Maringá, precisa voltar a ter o protagonismo que teve, por exemplo, na campanha das diretas e no impeachment de Collor.
O MDB, sem remo e sem rumo
O MDB de Maringá está desmilinguido, sem musculatura e impossibilitado de, pelo menos, fazer figuração nas eleições municipais. O comando estadual tirou Umberto Crispim e todo o seu time do diretório local. Tinha lá suas razões, mas cometeu o erro de impor um comandante que na hora H abandonou o barco e deixou seus comandados sozinhos, navegando em mar revolto, sem remo e sem rumo.
Edson Scabora, o tal comandante, fez uma limpeza no partido e desfiliou até emedebistas históricos, que nada tinham a ver com a crispinização. O resultado de tudo isso foi o esvaziamento prematuro da sigla que, no máximo, poderá montar uma chapa razoável de vereador. A presidente Adriana Santana vai ter que se virar nos trinta, para conseguir colocar o MDB ao menos como figurante no processo eleitoral desse ano. Quanto ao atual vice-prefeito, é certo que ele tentará disputar a majoritária por outra sigla, mas com viabilidade eleitoral próxima de zero.
Amazônia na mira de Musk
Olha só: o Exército Brasileiro abriu licitação para aquisição de internet via satélite na Amazônia. Mas de acordo com o edital , algumas exigências só a Starlink terá condições de atender. O problema é que o dono da empresa atende pelo nome de Elon Musk. Ou seja, o eldorado estará fatalmente ao alcance das mãos do bilionário excêntrico. A extrema-direita tupiniquim deve estar esfregando as mãos de contentamento.
TSE vai subir ou baixar o sarrafo?
O caso Moro está se arrastando há algum tempo mas pode ser decidido terça-feira pelo TSE. O que alguns analistas avaliam é que se o senador tiver seu mandato preservado, a justiça eleitoral brasileira terá criado jurisprudência para passar pano sobre casos semelhantes, escancarando a porta para o abuso do poder econômico nas campanhas. Se cassar, estará subindo o sarrafo da corrida eleitoral, fazendo com que candidatos com telhado de vidro tropecem na barra. Em assim sendo, saem de cena ou vão purgar seus pecados para depois voltar a competir.
Escuridão ética em Farol
O jornalista Sid Sauer, de Campo Mourão, postou hoje no seu blog Boca Santa , uma nota reveladora do tamanho dos despudor de certos políticos. Ele revela o reajuste escandaloso dos salários do prefeito, vice, secretários municipais e vereadores da pequena Farol. Diz a nota: “A Câmara dos Vereadores decidiu que o salário do prefeito salta dos R$ 15 mil para R$ 25 mil, os secretários receberão R$ 7,9 mil e eles, os vereadores, R$ 5,5 mil (o presidente vai embolsar R$ 6,4 mil)”. Farol, município da Concam , tem apenas 3 mil habitantes.
Politização da dor alheia
Carlos e Eduardo Bolsonaro foram ao Rio Grande do Sul. Não falta mais nada para o triste espetáculo da exploração política da tragédia que atravessa aquele estado.
. Blog do Zé Beto